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Mostrando postagens com o rótulo Lula

O apagão desmoraliza o país

MARCELO PIMENTEL Advogado, foi ministro do Trabalho e ministro presidente do TST Lula resolveu dar um basta (temporário?) ao inoportuno debate sobre o terceiro mandato, que é alimentado pelos bajuladores e alguns de seus antigos parceiros sindicalistas, hoje deputados do PT. É de lembrar que o partido foi radicalmente contra a iniciativa de FHC ao patrocinar o autobenefício, insuflando seus áulicos de então à aprovação da proposta respectiva que havia sido recusada por JK — com amplíssimas possibilidades de êxito — e Itamar, então com mais de 80% de aprovação popular ao seu governo. Registrem-se duas circunstâncias por oportunas: em primeiro lugar, Lula é o presidente da República que conseguiu lograr, ao longo do mandato, os mais expressivos índices de aprovação popular, índices que muito provavelmente resistiriam a qualquer plebiscito que se colocasse para aprovação ou rejeição de um terceiro mandato; em segundo, que é um presidente da República que, ind

Defeito interrompe vôo da comitiva de Lula na África

Um problema técnico obrigou um avião da comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na África a retornar à capital do Congo, Brazzaville, cerca de uma hora depois de decolar em direção a Johanesburgo, na África do Sul. O avião, um Boeing 737 apelidado de "Sucatinha", levava um grupo de 25 empresários que acompanham o presidente e 25 jornalistas que fazem a cobertura da viagem. Segundo a tripulação, um problema técnico não-identificado, descrito por eles como um problema de medição no painel de controle, levou à decisão de retornar ao aeroporto da capital congolesa por precaução. Não houve pânico a bordo. Alguns passageiros afirmaram ter percebido o que teria sido o desligamento de uma das turbinas do avião quando ele ainda estava no ar, mas outros disseram não ter notado problemas até o retorno da aeronave ao Congo. O Sucatinha, com mais de 30 anos, era um dos três aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportavam membros da comitiva de Lula na África. O avião que

Acidente aéreo fez Brasil duvidar de si, diz jornal

BBC Brasil Um artigo publicado nesta sexta-feira no jornal alemão Berliner Zeitung diz que o Brasil passou a "se colocar em dúvida" desde o acidente com o Airbus A320 da TAM. A reportagem fala do que chama a "eterna oscilação (brasileira) entre o sentimento de inferioridade e o otimismo em relação ao progresso", afirmando que a segunda metade da equação foi "abalada" pelo incidente. "A idéia de progresso está na base da construção da identidade nacional brasileira", afirma o Berliner Zeitung, citando o mote nacional "Ordem e Progresso", contido na bandeira brasileira. Mas o país de dimensões continentais e confiança no futuro entra em crise diante de um acidente que remete a lembrança à célebre frase - que ninguém sabe se foi mesmo dita pelo presidente francês Charles De Gaulle, segundo o jornal - de que "o Brasil não é um país sério". "A catástrofe trouxe junto a (lembrança da) mediocridade geral, a incompetência"

Raízes da crise

Tereza Cruvinel Com as primeiras informações que estariam vindo da caixa-preta do Airbus da TAM, ressurge um dos aspectos mais lamentáveis da tragédia: a existência de uma torcida para que toda a culpa seja da pista de Congonhas (logo, da Infraero, e logo, do governo), contra uma outra que tenta reduzir essa contribuição, nesta altura inegável, valorizando os problemas da aeronave ou uma fracassada arremetida do piloto. Essa busca do ganho político desserve à busca da verdade, que pode punir, prevenir e contribuir para a superação da crise aérea. Assim como para outros acidentes do gênero, para esse também podem ser apontadas causas múltiplas, e todas elas, inclusive o desmando das empresas, têm relação com a crise do setor. Um pouco de história faz bem à compreensão dessa crise, que não começou no atual governo, mas foi nele que chegou a seu ponto extremo. Nele, a Anac abdicou inteiramente da obrigação que agora ensaia cumprir: fiscalizar as empresas, enquadrá-las, puni-las

A crise dissolveu o governo

Villas-Bôas Corrêa, repórter político do JB Desde a vaia, em quatro tempos, na inauguração do Pan com o Maracanã lotado, o presidente Lula não conseguiu se recuperar do susto, que o pegou distraído como quem escorrega na calçada e passa para o país a preocupante impressão de que está perdido. Ou, para ser mais exato, de quem perdeu o governo e não consegue encontrá-lo por mais que procure pelos cantos e gabinetes do Palácio do Planalto e nos esconsos do Ministério da Defesa, tão extraviado como o patético ministro Waldir Pires. Ora, cair em si é trambolhão mais perigoso do que despencar do alto da mangueira ao espichar a mão para colher o fruto maduro. Lula claramente não estava preparado para enfrentar a vaia que derrubou, em minutos de assobio, a montagem da falácia gabola do maior presidente de todos os tempos. Reagiu mal na hora, parecendo sedado para cirurgia de emergência. Nem enfrentou a assuada com serenidade, como risco sempre previsível nos encontros com a

Maravilhas da fauna federal

Augusto Nunes – Jornal do Brasil "Ninguém bateu no ar, tá?", zangou-se Denise Abreu, diretora da Agência Nacional da Aviação Civil, no meio da entrevista concedida à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. "Então, o acidente não tem nada a ver com o número de vôos em Congonhas. Vocês estão confundindo. O acidente é o acidente. O sistema aéreo é o sistema aéreo". Denise sempre se zanga quando confrontada com questões incômodas. Em outubro passado, dias depois da queda do Boeing da Gol na selva de Mato Grosso, perdeu a paciência com as perguntas de parentes que teimavam em enterrar seus mortos. "O avião caiu de 11 mil metros de altura", esbravejou. "Vocês são inteligentes. O que esperavam? Corpos?". Em março, a advogada favorecida pelo amigo José Dirceu com o empregão na Anac mostrou que, por trás da irritadiça vocacional, há uma festeira das boas. Em todos os aeroportos, multidões amargavam a escala na estação do calv

Obscenos, insensíveis, incompetentes...

José Nêumanne Foram execráveis, mas jamais surpreendentes, os gestos com que o professor Marco Aurélio Garcia e o jornalista Bruno Gaspar, assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comemoraram no Palácio do Planalto a hipótese de a queda do Airbus da TAM em Congonhas ter sido causada por falha mecânica. A comemoração chula seria estúpida em qualquer ocasião. Mas foi ainda mais grave por ter ocorrido depois da morte de 200 pessoas num desastre. E porque culminou a insensatez galhofeira com que o primeiro escalão federal tratava antes o caos aéreo nacional e o descaso com que o chefe do governo lidava com o problema. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, já se aproximara da obscenidade ao receitar o “relaxa e goza” aos passageiros angustiados com adiamentos e cancelamentos de vôos. Seu colega da Fazenda, Guido Mantega, deixara clara a falta de seriedade da administração federal quando atribuiu a crise nos aeroportos a um aumento de demanda provocado pela prosperid

O segundo suicídio de Santos Dumont

Ruy Fabiano Jornalista Diz a história que Santos Dumont, pai da aviação, suicidou-se em face do desgosto de ver seu invento transformado em arma de guerra. Se vivo fosse, teria motivo para outra decepção suicida: a de ver que, em sua terra natal, seu invento continua tendo uso mortal. Tornou-se fator de transtorno, insegurança, tragédia e vexame. Sábado passado, com os escombros de Congonhas ainda fumegando, aviões comerciais norte-americanos que chegavam a Manaus tiveram que retornar à sua base de origem, por falha no sistema elétrico daquele aeroporto. Vexame nacional, que fez com que o caos aéreo chegasse a níveis inimagináveis nos demais aeroportos do país e estendesse suas metástases para além das fronteiras. Qual a repercussão de uma mancada dessas para a indústria do turismo e para a economia nacional? O fato de uma crise de tais proporções durar 10 meses, gerar os dois maiores desastres da história da aviação nacional, e não produzir uma única puniçã

Rapidinhas

CLÁUDIO HUMBERTO Airbus: excesso de querosene Além da falta de ranhuras na pista ensaboada e do reverso quebrado, outro fator pode ter contribuído para o acidente da TAM: o avião estava muito pesado pelo excesso de passageiros e de combustível. A empresa evita abastecer em São Paulo para fugir à alíquota de 25% de ICMS sobre o querosene de aviação. Antes de decolar em Porto Alegre , onde a alíquota é de apenas 12%, a TAM abasteceu o Airbus na régua: 23.860 litros . Foi estranho Os especialistas estranharam o excesso de querosene no Airbus, que, após o acidente, ardeu em chamas por quase um dia inteiro. Sem cartas O presidente Lula decidiu não enviar cartas pessoais de condolências às famílias das vítimas da TAM. Acha que seu discurso na tevê foi suficiente. Pagando o pato Com a rearrumação dos vôos e conexões, passageiros pagarão o pato da incompetência, que anda voando mais alto e seguro que avião de carreira. Yo no creo en brujas

TAM nega que tenha sido pressionada pelo Planalto

Jornal de Brasília O prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), acusou ontem o governo federal, em texto divulgado na internet, de ter pressionado a TAM a apontar possíveis problemas técnicos no avião que se acidentou em Congonhas. A empresa negou a informação veiculada por Maia, classificando-a de "absurdo". "Posso afirmar – pois sou testemunha – que um alto personagem do governo contatou a alta direção da empresa (TAM) dizendo que ou eles davam uma boa saída ao governo ou ele (alto personagem) garantia que, baixada a poeira, o governo iria quebrar a TAM", diz a nota de seu boletim diário, o ex-blog do César Maia, transcrevendo versão que afirma ter recebido do dirigente da empresa. Ainda de acordo com o prefeito do Rio, a empresa hesitou temendo problemas com seguros. Segundo Maia – dublê de prefeito e blogueiro conhecido por seus factóides –, "a saída encontrada foi dar uma explicação que, do ponto de vista técnico e do mercado segurador, n

Pilotos querem auditoria independente no sistema aéreo

Vasconcelo Quadros Brasil Digital BRASÍLIA. Os pilotos comerciais estão irritados com o encaminhamento que vem sendo dado pelo governo à crise aérea e com a confusão de versões que vêm sendo divulgadas para tentar explicar a tragédia com o Airbus A-320 da TAM em Congonhas. Bem antes do acidente, o Sindicato Nacional dos Aeronautas, principal entidade da categoria, já vinha denunciando "o descaso" do Ministério da Defesa, da Infraero e da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no cumprimento das normas de segurança de vôo. Revoltados, mas contidos em decorrência do luto pelos colegas mortos, os pilotos vão iniciar um movimento para pressionar o governo por uma solução definitiva para a crise. Eles querem uma auditoria independente no sistema aéreo. Os principais motivos da crise na aviação e da insegurança que tomou conta dos passageiros estão relacionados, segundo eles, à precária infraestrutura (as condições das pistas) do Aeroporto de Congonhas e à fal

Conselho Nacional vai intervir na Anac

Ministros Paulo Bernardo e Tarso Genro passarão a integrar o Conac João Domingos – O Estado de São Paulo BRASÍLIA : O Planalto vai aprofundar o processo de intervenção na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) usando o Conselho Nacional de Aviação Civil (Conac) como instrumento legal para isso. Como a Anac é uma agência reguladora, o governo não pode determinar o que deve fazer em casos como o da crise aérea, que dura dez meses e já fez 355 vítimas. Mas pode fazer com que o Conac ordene como a agência deve agir. O Conac também será modificado e ganhará novos integrantes: os ministros Paulo Bernardo (Planejamento) e Tarso Genro (Justiça). O Conselho passará a fazer pelo menos uma reunião semanal. E, em casos de agravamento da crise, duas por semana. As mudanças serão feitas por decreto. O Conselho de Aviação Civil é presidido pelo ministro da Defesa, Waldir Pires, e integrado pelos ministros da Casa Civil, da Fazenda, do Desenvolvimento, do Turismo e das Relações

Culpar governo é 'quase irresponsável', afirma Lula

Em seu programa de rádio, presidente diz que ainda é ‘prematuro’ acusar alguém pelo acidente em São Paulo O Estado de São Paulo Brasília: Diante de críticas de parentes de vítimas do acidente com o avião da TAM e de setores da opinião pública às ações do governo no setor aéreo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ontem de irresponsáveis quem acusa o governo federal, a companhia aérea, os pilotos ou a chuva pela tragédia do Aeroporto de Congonhas antes da abertura da caixa-preta do avião. “Todo julgamento é prematuro. É, eu diria, quase irresponsável”, reclamou o presidente. “A melhor coisa que temos de ter é prudência para investigar corretamente, em vez de ficarmos fazendo ilações, culpando ou absolvendo alguém.” As declarações de Lula, divulgadas ontem em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, vão na mesma linha das justificativas feitas pelo assessor dele, Marco Aurélio Garcia, após ser flagrado em seu gabinete em Brasília por uma câm

Boicote de pilotos esvazia Congonhas

Comandantes das principais companhias do País decidiram não pousar no aeroporto em dias de chuva Caixa-preta aponta que pilotos do vôo 3054 não tentaram arremeter, dizem deputados O Estado de São Paulo Uma semana depois do maior desastre da história da aviação civil brasileira, pilotos das principais companhias aéreas do País - TAM, Gol, Varig e Ocean Air - entraram em acordo e decidiram não pousar em Congonhas, na zona sul de São Paulo, em dias de chuva. Eles temem a repetição de acidentes. Em caso de chuva, seguem para Cumbica ou Viracopos. A BRA suspendeu os vôos em Congonhas desde sexta-feira. “É impossível manter o controle de uma aeronave lá”, disse um piloto com 10 mil horas de vôo - ele foi um dos que se recusaram a pousar no aeroporto paulistano. Outro comandante afirma que, após a reforma, tanto a pista principal como a auxiliar estão mais inseguras. A pista principal deve ficar fechada pelo menos até amanhã, segundo informações do governo. Ontem, até as

Tragédia moral

Plácido Fernandes – Correio Braziliense Depois do “relaxa e goza” de Marta e do “sinal de prosperidade” de Mantega, sobre as filas e asconfusões nos aeroportos, imaginava-se que o governo já havia produzido sua cota máxima de estupidez a respeito do apagão aéreo. Mas, para estarrecimento geral da nação, o espetáculo dantesco parece não ter limites. Numa hora de forte comoção nacional diante da tragédia que deixou quase 200 mortos em Congonhas, foi estarrecedor assistir à comemoração protagonizada com gestos obscenos. Ainda mais dentro do Palácio do Planalto, o símbolo máximo do poder no país. Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência, e um auxiliar festejavam a informação de que a causa do acidente poderia estar numa falha no avião da TAM — e não na pista do aeroporto, o que supostamente eximiria o governo de culpa pela tragédia. Em qualquer lugar do mundo, o desfecho imediato do flagrante seriam os dois se apressando em pedir demissão para não enlamear ainda mais

Infraero já analisa alternativas

Jornal de Brasília Até o fim deste ano, mais de 3 milhões de passageiros devem ter conexões e escalas deslocadas do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo , para outros terminais do País. A estimativa é do presidente da Infraero, José Carlos Pereira. Ontem, em entrevista coletiva, o brigadeiro fez um balanço sobre a crise aérea e afirmou que o Brasil demorou muito para traçar um plano aeroviário nacional. Para ele, outros aeroportos têm capacidade para absorver o fluxo de passageiros que será deslocado de Congonhas. Brasília, Confins (MG), Guarulhos (SP) e Tom Jobim (RJ) foram alguns dos terminais citados pelo presidente da Infraero. "Aeroportos trabalham muito com horários. Em Brasília, por exemplo, é impossível encaixar mais vôos entre as 20h e 22h. No entanto, ao meio-dia, é possível colocar 30, ampliar os trabalhos", exemplificou. O esvaziamento na quantidade de pousos e decolagens em Congonhas é resultado de uma determinação do Conselho de Aviação Civi

Passageiros pagarão passagem mais cara para terem segurança, diz Infraero

GABRIELA GUERREIRO da Folha Online , em Brasília A Infraero admitiu hoje que haverá um aumento nos preços das passagens aéreas em consequência da redução do número de vôos no aeroporto de Congonhas (SP). O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, disse nesta segunda-feira que a prioridade do governo federal será garantir a segurança dos passageiros -- mesmo que isso traga reflexos no reajuste das tarifas. "Segurança tem que vir em primeiro lugar. Eu não disse que o aeroporto estava inseguro, mas chegou a hora de tomar medidas cautelares e isso pode significar, sim, um aumento de preços para os passageiros, que terão que pagar um pouco mais pela sua segurança", afirmou. Pereira evitou adiantar, no entanto, o percentual do reajuste que deve atingir os passageiros. Mas disse acreditar que o aumento seja suave, sem grandes impactos no bolso dos passageiros. "O preço das passagens é caro, mas houve um barateamento forte nos últimos tempos. Se o preço de uma passagem

Com lei defasada, Anac patina sem credibilidade

Composição da diretoria, a maioria sem passado no setor, é apontada como um dos problemas da agência Daniel Rittner – Valor Online Vítima da crise aérea ou co-responsável pelo apagão? Nenhum órgão regulador no Brasil teve um começo de vida tão tumultuado quanto a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), posta em funcionamento na mesma semana em que um avião da BRA com 115 passageiros derrapou na pista principal do aeroporto de Congonhas, em março de 2006, dando o primeiro alerta da tragédia que ainda estava por vir. Os críticos da Anac dizem que a agência não tem independência decisória, foi loteada politicamente e abrandou o rigor técnico do antigo Departamento de Aviação Civil (DAC), subordinado à Aeronáutica. Seus defensores ponderam que houve ganho de transparência nas decisões e que a agência pouco pôde fazer enquanto lidava com uma inclemente seqüência de crises: a quebra da Varig (com reestruturação do mercado e o estabelecimento de um duopólio no setor), a q