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Infraero já analisa alternativas

Jornal de Brasília

Até o fim deste ano, mais de 3 milhões de passageiros devem ter conexões e escalas deslocadas do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para outros terminais do País. A estimativa é do presidente da Infraero, José Carlos Pereira. Ontem, em entrevista coletiva, o brigadeiro fez um balanço sobre a crise aérea e afirmou que o Brasil demorou muito para traçar um plano aeroviário nacional.

Para ele, outros aeroportos têm capacidade para absorver o fluxo de passageiros que será deslocado de Congonhas. Brasília, Confins (MG), Guarulhos (SP) e Tom Jobim (RJ) foram alguns dos terminais citados pelo presidente da Infraero. "Aeroportos trabalham muito com horários. Em Brasília, por exemplo, é impossível encaixar mais vôos entre as 20h e 22h. No entanto, ao meio-dia, é possível colocar 30, ampliar os trabalhos", exemplificou.

O esvaziamento na quantidade de pousos e decolagens em Congonhas é resultado de uma determinação do Conselho de Aviação Civil (Conac), que diminuiu o tráfego de 48 para 33 vôos por hora.

O brigadeiro sustentou também que a participação das companhias aéreas será fundamental para amenizar o caos aéreo. "Elas também são interessadas. Terão que contribuir", disse. A possibilidade de que as passagens sejam reajustadas em função do cumprimento às determinações do Conac foi aceita pelo presidente da Infraero. "Não cabe a mim tratar de assuntos econômicos.

Companhias e Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) terão que sentar e conversar e certamente chegarão a um ponto comum que não prejudique os brasileiros".

A expectativa é de que o aumento chegue a até 5%. "Nos últimos anos, o transporte aéreo passou por um processo de barateamento", disse, na tentativa de amenizar o impacto que o anúncio de reajustes pode exercer sobre o setor. "É uma lei: toda vez que você exagera muito na economia, você prejudica a segurança. Chegou a hora de tomar medidas cautelatórias", ressaltou.

Passou da hora

Ao afirmar que o País demorou muito a traçar um plano aeroviário nacional, Pereira relutou em atribuir responsabilidades ao Governo Lula. "Isso não é um problema desse Governo ou do anterior, isso é um problema de governos. Deveria ter sido feito há pelo menos 10 anos".

Sobre o maior acidente aéreo do Brasil, o presidente da Infraero não quis fazer especulações.

Disse apenas que aguarda o resultado das investigações. "Vou esperar o desfecho das investigações.

Essa ânsia por informações pode ser prejudicial. Quando o avião caiu, eu fui imediatamente para São Paulo. Quando cheguei lá, havia pelo menos 10 versões para o desastre. Chegaram a falar que o avião chegou ao solo já incendiado".

Pereira disse ainda que, além da análise da caixa preta do jato da TAM, as turbinas e o trem de pouso da aeronave estão preservados. "São peças fundamentais para as investigações", afirmou.

O brigadeiro disse ainda que não vai estipular data e hora para a reabertura da pista em Congonhas, fechada desde o acidente. (DL)

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