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Mostrando postagens com o rótulo Marco Aurélio Garcia

Maravilhas da fauna federal

Augusto Nunes – Jornal do Brasil "Ninguém bateu no ar, tá?", zangou-se Denise Abreu, diretora da Agência Nacional da Aviação Civil, no meio da entrevista concedida à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. "Então, o acidente não tem nada a ver com o número de vôos em Congonhas. Vocês estão confundindo. O acidente é o acidente. O sistema aéreo é o sistema aéreo". Denise sempre se zanga quando confrontada com questões incômodas. Em outubro passado, dias depois da queda do Boeing da Gol na selva de Mato Grosso, perdeu a paciência com as perguntas de parentes que teimavam em enterrar seus mortos. "O avião caiu de 11 mil metros de altura", esbravejou. "Vocês são inteligentes. O que esperavam? Corpos?". Em março, a advogada favorecida pelo amigo José Dirceu com o empregão na Anac mostrou que, por trás da irritadiça vocacional, há uma festeira das boas. Em todos os aeroportos, multidões amargavam a escala na estação do calv

Obscenos, insensíveis, incompetentes...

José Nêumanne Foram execráveis, mas jamais surpreendentes, os gestos com que o professor Marco Aurélio Garcia e o jornalista Bruno Gaspar, assessores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, comemoraram no Palácio do Planalto a hipótese de a queda do Airbus da TAM em Congonhas ter sido causada por falha mecânica. A comemoração chula seria estúpida em qualquer ocasião. Mas foi ainda mais grave por ter ocorrido depois da morte de 200 pessoas num desastre. E porque culminou a insensatez galhofeira com que o primeiro escalão federal tratava antes o caos aéreo nacional e o descaso com que o chefe do governo lidava com o problema. A ministra do Turismo, Marta Suplicy, já se aproximara da obscenidade ao receitar o “relaxa e goza” aos passageiros angustiados com adiamentos e cancelamentos de vôos. Seu colega da Fazenda, Guido Mantega, deixara clara a falta de seriedade da administração federal quando atribuiu a crise nos aeroportos a um aumento de demanda provocado pela prosperid

TAM nega que tenha sido pressionada pelo Planalto

Jornal de Brasília O prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), acusou ontem o governo federal, em texto divulgado na internet, de ter pressionado a TAM a apontar possíveis problemas técnicos no avião que se acidentou em Congonhas. A empresa negou a informação veiculada por Maia, classificando-a de "absurdo". "Posso afirmar – pois sou testemunha – que um alto personagem do governo contatou a alta direção da empresa (TAM) dizendo que ou eles davam uma boa saída ao governo ou ele (alto personagem) garantia que, baixada a poeira, o governo iria quebrar a TAM", diz a nota de seu boletim diário, o ex-blog do César Maia, transcrevendo versão que afirma ter recebido do dirigente da empresa. Ainda de acordo com o prefeito do Rio, a empresa hesitou temendo problemas com seguros. Segundo Maia – dublê de prefeito e blogueiro conhecido por seus factóides –, "a saída encontrada foi dar uma explicação que, do ponto de vista técnico e do mercado segurador, n

Culpar governo é 'quase irresponsável', afirma Lula

Em seu programa de rádio, presidente diz que ainda é ‘prematuro’ acusar alguém pelo acidente em São Paulo O Estado de São Paulo Brasília: Diante de críticas de parentes de vítimas do acidente com o avião da TAM e de setores da opinião pública às ações do governo no setor aéreo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou ontem de irresponsáveis quem acusa o governo federal, a companhia aérea, os pilotos ou a chuva pela tragédia do Aeroporto de Congonhas antes da abertura da caixa-preta do avião. “Todo julgamento é prematuro. É, eu diria, quase irresponsável”, reclamou o presidente. “A melhor coisa que temos de ter é prudência para investigar corretamente, em vez de ficarmos fazendo ilações, culpando ou absolvendo alguém.” As declarações de Lula, divulgadas ontem em seu programa semanal de rádio, Café com o Presidente, vão na mesma linha das justificativas feitas pelo assessor dele, Marco Aurélio Garcia, após ser flagrado em seu gabinete em Brasília por uma câm

Tragédia moral

Plácido Fernandes – Correio Braziliense Depois do “relaxa e goza” de Marta e do “sinal de prosperidade” de Mantega, sobre as filas e asconfusões nos aeroportos, imaginava-se que o governo já havia produzido sua cota máxima de estupidez a respeito do apagão aéreo. Mas, para estarrecimento geral da nação, o espetáculo dantesco parece não ter limites. Numa hora de forte comoção nacional diante da tragédia que deixou quase 200 mortos em Congonhas, foi estarrecedor assistir à comemoração protagonizada com gestos obscenos. Ainda mais dentro do Palácio do Planalto, o símbolo máximo do poder no país. Marco Aurélio Garcia, assessor da Presidência, e um auxiliar festejavam a informação de que a causa do acidente poderia estar numa falha no avião da TAM — e não na pista do aeroporto, o que supostamente eximiria o governo de culpa pela tragédia. Em qualquer lugar do mundo, o desfecho imediato do flagrante seriam os dois se apressando em pedir demissão para não enlamear ainda mais