Jornal de Brasília

O prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), acusou ontem o governo federal, em texto divulgado na internet, de ter pressionado a TAM a apontar possíveis problemas técnicos no avião que se acidentou em Congonhas. A empresa negou a informação veiculada por Maia, classificando-a de "absurdo".

"Posso afirmar – pois sou testemunha – que um alto personagem do governo contatou a alta direção da empresa (TAM) dizendo que ou eles davam uma boa saída ao governo ou ele (alto personagem) garantia que, baixada a poeira, o governo iria quebrar a TAM", diz a nota de seu boletim diário, o ex-blog do César Maia, transcrevendo versão que afirma ter recebido do dirigente da empresa.

Ainda de acordo com o prefeito do Rio, a empresa hesitou temendo problemas com seguros.

Segundo Maia – dublê de prefeito e blogueiro conhecido por seus factóides –, "a saída encontrada foi dar uma explicação que, do ponto de vista técnico e do mercado segurador, não muda nada. O governo com isso teria garantida uma saída 'honrosa' e a TAM ficaria coberta, pois o não uso eventual de um dos reversos [freios de avião] é fato regular."

Maia não parou por aí. "Afirmo mais: o top, top, top do senhor Marco Aurélio Garcia não foi pela surpresa. Ele sabia que viria a matéria e simplesmente fez os gestos como se confirma uma operação.

Tradução do top, top: 'É isso aí. F...mos eles'", afirma o prefeito, em referência ao gesto obsceno do assessor da Presidência quando o noticiário da TV revelou problemas no avião. O prefeito confirmou o teor do texto veiculado no blog.

Planalto

No final da tarde, a assessoria da TAM afirmou que "as afirmações [de Maia] não procedem, e são consideradas um absurdo". Antes, a empresa havia informado que não comentaria. O Palácio do Planalto negou as acusações e afirmou que, se o prefeito do Rio faz acusações, deveria dar nomes.

O chefe-de-gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho também negou. "Essa história é uma enorme bobagem, só ele [César Maia] poderia falar uma bobagem dessas", disse.

Garcia passou cerca de um hora e trinta minutos no Aeroporto Santos Dumont, no Rio, ontem, por conta do apagão aérea. No local, ele leu "Os farsantes", livro do inglês Graham Greene sobre o Haiti durante a ditadura de François Duvalier. O escritor resume o país como uma "república de pesadelos".

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