Pular para o conteúdo principal

Avião russo com 92 pessoas a bordo cai no mar Negro

Voo decolou de Sochi e perdeu contato com as torres de controle após 20 minutos. Não há sobreviventes; aeronave levava 84 passageiros e 8 tripulantes para a Síria.


Por G1, em São Paulo

Um avião militar russo com 92 pessoas a bordo caiu no mar Negro, logo após decolar do balneário de Sochi, no sudoeste da Rússia. O desaparecimento da aeronave e o encontro dos destroços do avião foram confirmados pelo Ministério da Defesa. O órgão informa que não há sobreviventes do desastre aéreo. 

Resultado de imagem para tupolev tu-154
Tupolev Tu-154

Equipes de emergência resgataram corpos e restos do avião; alguns foram encontrados a cerca de 1,5 km da costa. Barcos, helicópteros e drones ajudam nas buscas na região.

Segundo a agência France Presse, o presidente russo Vladimir Putin declarou luto nacional para esta segunda-feira.

A aeronave decolou às 5h20 no horário local, 0h20 no horário de Brasília, com destino à base aérea russa de Khmeimim, na Síria, e sumiu dos radares 20 minutos após a decolagem, ao fazer uma manobra sobre águas russas. O governo russo descarta ação terrorista como a causa do acidente e já investiga o que teria ocasionado a queda da aeronave.

O modelo da aeronave envolvida no acidente é um Tu-154, muito usado no transporte aéreo doméstico na Rússia. Fontes dos serviços de emergência indicaram que o Tu-154 procedia de Moscou e tinha feito escala no aeroporto de Sochi para reabastecer.

"Fragmentos do Tu-154 do Ministério da Defesa russo foram encontrados a 1,5 km da costa do mar Negro a uma profundidade de 50 a 70 metros", informou o Ministério da Defesa, segundo a rede britânica BBC.

A bordo do avião viajavam militares e integrantes do renomado coral e grupo de dança Alexandrov, do Exército russo, que participariam das comemorações de Ano Novo na base aérea síria de Khmeimim, em Latakia, onde a Rússia tem um agrupamento de aviões de guerra. Além dos integrantes do coral também estariam a bordo do voo nove profissionais de imprensa, oito soldados e dois funcionários civis. A BBC informa que Elizaveta Glinka, conhecida como Doutora Liza e diretora-executiva da instituição de caridade Fair Aid, estava no voo.

Investigação

Segundo a CNN, as condições do clima no local no momento do desaparecimento estavam favoráveis. A BBC informou que foram iniciadas investigações para saber se houve violação das normas de segurança do transporte aéreo que pudesse ter provocado a queda.

O presidente do Comitê de Defesa e Segurança do Conselho da Federação, Viktor Ozerov, disse à agência russa Sputnik que a queda da aeronave pode ter ocorrido por um problema técnico ou falha humana. Ozerov não crê na hipótese de ação terrorista.

"Eu descarto completamente a versão do ataque terrorista. É a aeronave do Ministério da Defesa, o espaço aéreo da Federação Russa, não pode haver tal versão", afirmou. "O avião teve que dar uma volta em U após a decolagem sobre o mar, pode ter tomado a direção errada", explicou Ozerov.

O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que o presidente russo, Vladimir Putin, foi informado imediatamente quando a aeronave desapareceu dos radares.

O avião

O avião que caiu foi construído em 1983 e passou por manutenção em 2014, de acordo com o Ministério da Defesa.

O Tu-154 é um avião soviético de três motores projetado no final dos anos 1960. Mais de mil aviões deste modelo foram construídos, e eles foram usados por transportadoras na Rússia e em todo o mundo. Recentemente, companhias aéreas russas substituíram modelos Tu-154 por outros mais modernos, mas o Exército e algumas outras agências do governo russo continuam usando-o.

“É um excelente avião, que provou ser confiável durante décadas de serviço”, disse o piloto veterano Oleg Smirnov em declaração televisionada.

Em abril de 2010 um Tu-154 que transportava o presidente polonês Lech Kaczynski e outras 95 pessoas caiu quando tentava pousar em mau tempo em um aeroporto militar usado esporadicamente em Smolensk, no oeste da Rússia. Todas as pessoas a bordo morreram. A investigação conduzida por especialistas russos e poloneses culparam um erro do piloto em más condições climáticas.


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul