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TAM deve começar a voar ao "Congonhas" argentino em abril

Daniel Rittner e Beatriz Cutait, de Buenos Aires e São Paulo - Valor
 
Após ter despertado polêmica pela abertura do Aeroporto central de Buenos Aires para voos ao Brasil, atendendo a um pedido da Aerolíneas Argentinas, o governo argentino cede e promete dar tratamento isonômico às demais companhias aéreas. Com isso, a TAM se antecipou às concorrentes e pediu para fazer quatro voos diários ao Aeroparque Jorge Newbery - dois de Guarulhos, um do Galeão e um de Porto Alegre - a partir de 26 de abril. Mas a Aerolíneas sai na frente, estreando o novo trajeto entre Brasil e Argentina a partir de 14 de março.

A ideia da TAM, que ainda aguarda o sinal verde do governo argentino, é orientar esses voos principalmente ao público corporativo, mantendo as demais frequências para o Aeroporto internacional de Ezeiza com foco nos passageiros que viajam a lazer.

A expansão operacional do Aeroparque, localizado a dez minutos do centro de Buenos Aires, foi anunciada há duas semanas como uma medida que beneficiaria a Aerolíneas Argentinas. Reestatizada, a companhia recebeu subsídio de US$ 600 milhões no ano passado e só tem perspectivas de voltar ao azul em 2013.

"Operacionalmente [o Aeroparque] é um Aeroporto mais central, que oferece maior comodidade e agiliza as conexões para o interior da Argentina", disse a diretora da Aerolíneas para o Brasil, Eliane Pucciariello. Ela garante que a utilização do Aeroporto central não trará mudança nos preços das passagens. A Aerolíneas pretende iniciar novos voos para Chile, Uruguai e Paraguai, via Aeroparque, na segunda quinzena de março.

Atualmente, a companhia argentina possui 58 frequências semanais para o Brasil, via Ezeiza. A distribuição dos novos voos ainda não está totalmente definida. Mas passageiros de São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Florianópolis e Salvador já conseguem comprar bilhetes para a capital portenha utilizando o Aeroporto central, disse a diretora da Aerolíneas.

Sentindo-se prejudicadas e com operações apenas em Ezeiza, a 23 quilômetros do centro e com acesso por duas rodovias com pedágio, as aéreas estrangeiras - lideradas por TAM, Gol e LAN - levaram suas preocupações à Secretaria Nacional de Transportes e cobraram tratamento isonômico pelo governo. Hoje o Aeroparque é usado para rotas domésticas e na ponte aérea Buenos Aires-Montevidéu.

A migração de parte das frequências de Ezeiza para o Aeroparque será mais um dos ajustes que a TAM fará na Argentina para sustentar sua expansão no país, após o susto causado pela gripe suína, em meados do ano passado. A companhia brasileira já opera nove frequências diárias para Buenos Aires, além de outras duas feitas pela TAM Mercosur entre a Argentina e o Paraguai, e não pode expandir a oferta devido às limitações do acordo aéreo bilateral.

Para driblar as restrições e manter o crescimento, a TAM aproveitou uma recente renegociação promovida pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pelas autoridades argentinas. Pelo novo entendimento, o limite foi fixado em 133 voos operados por companhias de cada um dos dois países.

Antes, o limite era definido pela oferta de assentos. Do lado brasileiro, todas as frequências já foram distribuídas, mas a TAM fez um remanejamento de sua frota para atender à demanda crescente.

Das seis rotas por dia de São Paulo a Buenos Aires, três passaram a ser feitas por aeronaves A330, normalmente usadas em voos transatlânticos. A primeira entrou em operação, nessa rota, no início de 2009. As outras duas foram remanejadas em outubro e em janeiro. Com capacidade para 224 passageiros (184 na classe econômica e 40 na classe executiva), substituíram parcialmente os A320 (que têm 144 assentos na econômica e 12 na executiva). A configuração permite atender melhor o público corporativo e encher o porão dos aviões com cargas paletizadas, o que antes era inviável, por limitações de espaço.

Com as mudanças no uso dos Aeroportos portenhos, a TAM deverá manter em Ezeiza quatro voos para Guarulhos e um para o Galeão, além de duas frequências operadas pela TAM Mercosur, entre a Argentina e o Paraguai - que seguem ao Brasil após conexões. Para o Aeroparque, ficariam quatro voos. A Aeropuertos Argentina 2000, empresa que detém a concessão dos terminais aeroportuários no país, informou que há espaço disponível no Aeroparque para novos voos entre 13h e 16h, entre 18h e 22h, e entre 1h e 5h.

Os horários foram considerados satisfatórios pela TAM, mas há preocupação em relação à capacidade do pátio. Atualmente, na madrugada, ele é ocupado por aviões da Aerolíneas. Como domina o mercado doméstico argentino, a companhia pode trazer uma aeronave do Brasil no fim da noite e ainda usá-la numa rota ao interior, evitando deixá-lo no Aeroparque, à beira da saturação.

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