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Aviação no Brasil é menor que a dos EUA em 1970

DA REPORTAGEM LOCAL - Folha de SP

O setor aéreo brasileiro cresce a uma taxa anual próxima dos 10% há quase dez anos. Se avançar a uma taxa anual de 7% até 2027, o país terá, em 2030, o mesmo patamar de passageiros embarcados por habitante dos EUA da década de 70, avalia a consultoria Bain & Company. Isso, é claro, pressupondo um aumento de capacidade aeroportuária na região de São Paulo, maior mercado consumidor do país.

Para os próximos anos, o grande motor do crescimento será o aumento do poder de consumo da nova classe média. A inclusão dos novos consumidores deve mudar o perfil do viajante, tornando-o mais parecido com o americano.

Hoje, 70% das viagens no Brasil são feitas a negócios, e o restante, a lazer. Nos Estados Unidos, a proporção é inversa. Com praticamente 1 passageiro embarcado a cada 4 habitantes, a aviação brasileira se compara à norte-americana na década de 50.

Com um agravante: nos Estados Unidos dos anos 50, período marcado pela forte expansão da classe média, a infraestrutura era muito mais abrangente, com grandes aeroportos espalhados por todo o país.

Para o sócio da consultoria Bain & Company André Castel-lini, essa defasagem reflete a baixa renda per capita do Brasil e também a concentração da atividade econômica.

"A atividade industrial, que ainda é um grande determinante das viagens a negócios, é muito concentrada no Sul e no Sudeste. Só mais recentemente estamos vendo o crescimento do Nordeste, das fronteiras agrícolas no Centro-Oeste."

Segundo Castellini, está evidente que a aviação brasileira não se desenvolve mais rapidamente pela limitação da infraestrutura.

Nos EUA das décadas de 50, 60 e 70, o impulso de infraestrutura deu-se em razão da atividade militar num momento em que não havia tanta restrição geográfica ou ambiental.

"A cada dia que passa, com as exigências ambientais, é cada vez mais difícil conseguir espaço para novos aeroportos", diz. Num cenário mais otimista, se a capacidade da infraestrutura for ampliada, o crescimento do setor poderá ser de dois pontos percentuais a mais (9%), segundo as previsões da Bain.

Isso colocaria o Brasil no início da década de 80 dos Estados Unidos (1,09 embarque por habitante). A projeção considera a previsão do IBGE para a população, de 232 milhões de brasileiros em 2027.

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