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Aeroportos terão R$ 5,5 bi até 2014

Do total investido, o Internacional do Recife terá R$ 33 milhões. A infraestrutura atual do terminal de Pernambuco é considerada relativamente boa

Giovanni Sandes - Jornal do Commércio (PE)

SÃO PAULO – Mesmo no último lugar em investimentos no grupo dos 16 aeroportos em subsedes da Copa 2014, o Aeroporto Internacional do Recife é o que terá menos problemas para suportar o aumento anual de embarques e desembarques até o pico do movimento, na realização do Mundial. A maior parte dos aeroportos, em especial os de Brasília, Porto Alegre e Fortaleza, tem uma estrutura de atendimento aos passageiros menor que a demanda e, mesmo com projetos de ampliação, acumularão gargalos até 2014.

O investimento conjunto previsto até 2014 nos 16 aeroportos é de R$ 5,527 bilhões, sendo apenas R$ 33 milhões no Recife. Do total brasileiro, R$ 3,647 bilhões são para obras em 2012 e 2013, com a conclusão no ano da Copa, o que traz preocupações para a aviação comercial não apenas com relação ao mundial de futebol, mas com a situação dos aeroportos até lá.

O Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) desenvolveu o estudo "A infraestrutura aeroportuária no Brasil – Análises e Perspectivas", com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pósgraduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ).

"Vão aparecer problemas sérios não só para a Copa, mas antes dela. Não é o caso do Galeão (Rio de Janeiro) e Recife, que têm menos problemas. Estamos chamando a atenção para não sermos culpados, como no caso do caos aéreo", alerta o presidente do Snea, José Márcio Mollo.

Para ele, as ampliações de Congonhas e Campinas, em São Paulo, Brasília, Confins (em Belo Horizonte) e Porto Alegre correm sério risco de não ficar prontas até 2014.

O diretor técnico do Snea, comandante Ronaldo Jenkins, diz que o estudo não aponta para uma nova previsão de caos aéreo, mas para o aprofundamento de problemas no atendimento aos passageiros, como maiores filas e ocorrências de atrasos em voos, por falta de condições adequadas para aviões manobrarem e estacionarem, por exemplo.

"O Aeroporto do Recife é o que tem situação mais cômoda. Mas, embora nominalmente, pelos dados oficiais, tenha uma capacidade para 8 milhões de passageiros por ano, visivelmente já apresenta problemas no atendimento aos passageiros", pontua Jenkins.

Pelos números da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), a capacidade do Recife é de 8 milhões de passageiros por ano. Em 2009, enquanto eram esperados 5 milhões de embarques e desembarques no aeroporto, o estudo do Snea registrou que foram 5,3 milhões, com uma previsão de atingir 7,3 milhões em 2014.

Terminal ainda espera a instalação de fingers

As observações do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (Snea) sobre o Aeroporto Internacional do Recife podem não ser tantas quanto no restante das subsedes da Copa 2014. Mas também há uma lista de cobranças de melhorias quanto ao aeroporto pernambucano.

No estudo produzido com o Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ), o Snea cobra, por exemplo, a instalação de quatro fingers (pontes de embarque nos aviões) para aumentar a capacidade de atendimento simultâneo às aeronaves, uma obra esperada há quase seis anos.

Desde 2004, o aeroporto recifense previa 11 dessas pontes de embarque, todas adquiridas, mas quatro nunca instaladas. Isso porque faltavam as obras civis dos chamados conectores, a estrutura para a instalação dos fingers, que ficaram armazenados no aeroporto, sem uso.

Em 21 de novembro de 2008, o consórcio MPE/Hexagonal foi contratado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), por R$ 8,75 milhões, para completar o serviço até o próximo dia 14 de maio. O serviço é a segunda etapa do conector (aqueles corredores por onde o passageiro anda, antes de chegar aos fingers). É no conector que as pontes de embarque serão acopladas.

Mas diretor técnico do Snea, comandante Ronaldo Jenkins, aponta ainda para a necessidade de ampliação do espaço interno destinado ao atendimento dos passageiros pelas companhias aéreas.

"Pode ser um problema de configuração (layout), porque o aeroporto é grande, mas é preciso aumentar as áreas de check-in e as salas de embarque", afirma o diretor técnico.

Além disso, em um aspecto mais técnico, o Snea identificou a necessidade de adaptar a chamada saída rápida da pista principal para aviões de grande porte, para que eles possam liberar a pista maior em menos tempo para decolagens e pousos de outras aeronaves.

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