Pular para o conteúdo principal

Postagens

Maravilhas da fauna federal

Augusto Nunes – Jornal do Brasil "Ninguém bateu no ar, tá?", zangou-se Denise Abreu, diretora da Agência Nacional da Aviação Civil, no meio da entrevista concedida à jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. "Então, o acidente não tem nada a ver com o número de vôos em Congonhas. Vocês estão confundindo. O acidente é o acidente. O sistema aéreo é o sistema aéreo". Denise sempre se zanga quando confrontada com questões incômodas. Em outubro passado, dias depois da queda do Boeing da Gol na selva de Mato Grosso, perdeu a paciência com as perguntas de parentes que teimavam em enterrar seus mortos. "O avião caiu de 11 mil metros de altura", esbravejou. "Vocês são inteligentes. O que esperavam? Corpos?". Em março, a advogada favorecida pelo amigo José Dirceu com o empregão na Anac mostrou que, por trás da irritadiça vocacional, há uma festeira das boas. Em todos os aeroportos, multidões amargavam a escala na estação do calv

Brasil precisa de 'intervenção' para resolver caos aéreo, diz federação

Pilotos de companhias internacionais começam a adotar medidas de segurança. Presidente da Anac admite que espera reclamações de empresas estrangeiras. Do G1, em São Paulo , com informações da Agência Estado Para a Federação Internacional dos Controladores Aéreos (Ifacta, na sigla em inglês), o Brasil precisa, com urgência, aceitar uma intervenção internacional para começar a resolver a crise nos aeroportos. A entidade insiste em que o governo "não tem capacidade" de resolver a crise sem ajuda da comunidade internacional, já que está "preso" num debate político interno. "Chegou o momento de o governo aceitar que o plano de reforma precisa ser proposto e elaborado fora do Brasil. Muitos governos já fizeram isso no passado, inclusive o da Suíça, depois de um choque de aviões em 2003", alertou Marc Baumgartner, presidente da entidade, em Genebra, à reportagem do jornal "O Estado de S. Paulo". "O Brasil precisa entender que apagão ocorre nu

Presidente da Infraero se irrita com sugestão de intervenção internacional

'São uns imbecis querendo se meter', reagiu. Para José Carlos Pereira, será preciso 'cortar na própria carne'. LÍSIA GUSMÃO Do G1, em Brasília O presidente da Infraero, José Carlos Pereira, reagiu com irritação à sugestão da Federação Internacional dos Controladores Aéreos (Ifacta, na sigla em inglês) de uma intervenção internacional para resolver a crise aérea no Brasil. Para a Ifacta, o governo "não tem capacidade" para resolver a crise sem ajuda da comunidade internacional. "São uns imbecis querendo se meter. O Brasil não precisa de ajuda internacional. Eles que cuidem do espaço aéreo deles e nós cuidamos do nosso", disse, irritado, o brigadeiro José Carlos Pereira, nesta segunda-feira (23), admitindo que houve erros na condução da crise aérea, agravada pelo acidente com o Airbus da TAM com 187 passageiros a bordo. Para o presidente da Infraero, será preciso "cortar na própria carne". "Foi uma tragédia sim, mas é uma tragédi

Para Financial Times, acidente da TAM é 'desastre envolvido em farsa'

BBC Brasil Um artigo assinado pelo correspondente do jornal britânico Financial Times no Brasil, Jonathan Wheatley, critica duramente a resposta do governo brasileiro ao acidente envolvendo o avião da TAM, na semana passada. Com o título "Desastre envolvido em farsa", o texto começa dizendo que "é difícil decidir qual das ações do governo após o pior desastre da história da aviação brasileira é mais representativa da incompetência de sua resposta a uma crise que já durava pelo menos dez meses". O jornalista pergunta, em seguida: "terá sido a decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não aparecer em público até três dias depois do acidente ou a de não fazer nenhuma declaração nas primeiras quatro horas (sua mensagem de condolências chegou depois, por exemplo, do que aquela do presidente Néstor Kirchner da Argentina)?" O texto segue listando uma série de críticas ao governo, citando o fato de que o ministro da Defesa Waldir Pires negou ter resp

Investimentos da Infraero até junho equivalem a 32% do previsto para 2007

Depois do maior acidente da história da aviação brasileira com o avião da TAM no Aeroporto de Congonhas, diversas questões a respeito das causas da tragédia foram levantadas. No entanto, um fato é correto, a execução orçamentária de investimentos no setor não apresentou desempenho satisfatório no primeiro semestre de 2007, apesar das recentes obras realizadas nos principais aeroportos do país. Isso é o que mostra o baixo valor investido pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) nos primeiros seis meses do ano. Segundo a assessoria de imprensa do órgão, foram investidos R$ 320 milhões de janeiro até o início de junho, quantia que representa apenas 32% do previsto para todo o ano de 2007, R$ 1 bilhão. O resultado foi publicado na Portaria n° 09 do dia 30/05 de 2007 do Ministério do Planejamento que divulga o balanço das estatais . O valor, bem abaixo do que seria considerado ideal, é oriundo de recursos próprios da empresa e inclui obras na pista p

Cenipa espera concluir investigação sobre acidente da TAM em dez meses

GABRIELA GUERREIRO da Folha Online , em Brasília O chefe do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), brigadeiro Jorge Kersul Filho, estima que as investigações da Aeronáutica sobre o acidente com o Airbus-A320 da TAM estejam concluídas em dez meses. "Temos a esperança de terminar a investigação desse acidente em prazo um pouco menor. Estimamos que o relatório final da investigação seja de dez meses, o que na nossa visão está dentro de um prazo razoável", afirmou. Segundo o brigadeiro, o acidente com o Boeing da Gol --que ocorreu em outubro do ano passado-- deve ter suas investigações concluídas no prazo de 12 meses. "Na média internacional, uma investigação desse nível é da média de 18 meses. Esperamos concluir as investigações da Gol em 12 meses, o que é razoável. Já fizemos cinco reuniões com familiares da Gol para supri-los com informações que não prejudicam a investigação", disse o brigadeiro. As investigações da Aeron

Anac proíbe venda de novas passagens para vôos com partida em Congonhas; vôos fretados serão proibidos a partir do final de semana

Paulo Mario Martins do UOL News, em Brasília A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) proibiu a venda a partir de amanhã (25) de passagens aéreas para vôos com partida no aeroporto de Congonhas. As empresas TAM e Gol, segundo a Anac, já se comprometeram a interromper as vendas de passagens a partir de hoje (24). O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, disse que não há prazo para o fim dessa determinação. Passagens que já foram vendidas continuarão valendo. "Estamos reservando os assentos para serem ocupados para os usuários que já têm o bilhete na mão", declarou Zuanazzi, em Brasília. Ele não descarta a possibilidade de suspensão de venda de passagens em outros aeroportos caso haja sobrecarga de movimento em algum deles. A Anac também proibiu as operações de vôos fretados no aeroporto de Congonhas a partir do próximo final de semana . Os vôos que já estavam autorizados serão transferidos para outros aeroportos, como os de Guarulhos e Viracopos. Zuanazzi disse qu

Caixa-preta aponta que avião desacelerou após pousar; colisão foi a 175 km/h

DENYSE GODOY Enviada especial da Folha de S.Paulo a Washington O Airbus-A320 da TAM que sofreu um acidente na última terça (17), em São Paulo, bateu e explodiu no prédio da TAM Express estava a 175 km/h. Quando pousou, estava na velocidade padrão para o procedimento, entre 240 km/h e 222 km/h. Essa informação faz parte dos primeiros dados retirados da caixa-preta pela NTSB (National Transportation Safety Board), em Washington, EUA. Cerca de 200 morreram na tragédia, entre passageiros e pessoas em solo, no pior desastre da aviação brasileira. A informação foi repassada nesta terça-feira a repórteres pelos deputados Marco Maia (PT-RS) e Efraim Filho (DEM-PB), que acompanham os trabalhos da NTSB. Diferentemente de ontem, os parlamentares evitaram comentar o significado desse dado perante a investigação --se ele indicaria que o piloto tentou frear a aeronave em vez de arremeter, por exemplo. Ontem pela manhã, Efraim chegou a afirmar por telefone a rádios e sites bra

Caixa-Preta : O que é e Como Funciona

Como todo mundo, estamos arrasados com o acidente de ontem em Congonhas. Viajamos muito e todas as vezes que pousamos ali ficamos impressionados com a proximidade dos prédios que parecem encostar na janela da aeronave. Agora, resta aguardar o resultado das investigações. Um dos itens mais importantes para descobrir as causas e ter detalhes precisos do ocorrido é o conteúdo das caixas-pretas do avião, que já foram localizadas e enviadas para análise nos Estados Unidos. Para ver como funcionam, visite o site howstuffworks há onde há uma excelente explicação sobre as caixa-pretas, que na verdade não são pretas, são pintadas de rescue-orange , um laranja bem brilhante para facilitar a sua localização. Também não é apenas uma, geralmente são duas, um CVR (cockpit voice recorder) , que grava toda a comunicação na cabine, e uma unidade de gravação de dados de vôo, ou flight data recorder que registra uma série de informações detalhadas, como hora, posição, velocidade, altit

Piloto decidiu arremeter avião muito tarde, suspeitam militares

Segundo o Cenipa, é certo que o Airbus acelerou depois de tocar o solo na marca correta de aterrissagem BRUNO TAVARES, CAMILLA RIGI, EDUARDO REINA e MARCELO GODOY O Estado de São Paulo A decisão de arremeter o Airbus A-320 da TAM foi tomada tardiamente pelos pilotos. Pela evolução da velocidade com que o avião cruzou os 1,9 km da pista principal de Congonhas, oficiais da Aeronáutica avaliam que isso ocorreu por dois motivos: uma hesitação do comandante ou um conflito na cabine entre os pilotos sobre o que fazer para enfrentar a situação. O brigadeiro Jorge Kersul Filho, chefe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), disse que é certo que o Airbus acelerou depois de tocar o solo na marca correta de aterrisagem, a 300 metros da cabeceira da pista. O Airbus levou aproximadamente 30 segundos, do momento em que tocou pela primeira vez a pista do aeroporto até mergulhar no prédio da TAM Express. A dinâmica do acidente com o vôo 3054 ainda

Torre alertou: pista estava escorregadia

IPT afirma que não concluiu auditoria técnica sobre a pista principal de Congonhas, só sobre a auxiliar O Estado de São Paulo A pista principal do aeroporto de Congonhas estava excessivamente escorregadia, de acordo com diálogos entre controladores de vôo e pilotos. As gravações relatam recomendações da torre de controle de Congonhas para que os pilotos evitassem pousar muito adiante na pista no dia anterior ao acidente com o Airbus da TAM. O áudio revela que a torre pede a um piloto que 'confirme as condições da pista'. E ouve de volta: 'Continua bem escorregadia'. Há mais um diálogo em que o campo de pouso de Congonhas foi descrito como 'bem escorregadio'. As gravações foram exibidas pela Rede Globo. Um alerta preventivo na freqüência de rádio dos pilotos chamava a atenção no procedimento de aterrissagem da pista principal antes do acidente. O aviso 'cuidado, pista escorregadia' era transmitido pelos pilotos ao companheiro da aero

BRASIL S/A

Por Antônio Machado Roteiro trágico Tantas vezes se ouviu, após a queda do Boeing da Gol em setembro do ano passado, matando 154 pessoas, seguida da quebra da cadeia de comando entre os controladores de vôos e a abissal demonstração de incapacidade do governo para dirimir um conflito ainda longe do desfecho, que era apenas questão de tempo uma nova tragédia. Ouvia-se isso nas salas de embarque dos aeroportos, em conversas com empresários, jornalistas, em rodas de parlamentares, gabinetes de ministros. Todos temiam o que de fato se repetiu em proporções ainda mais terríveis. Não se acreditava é que pudesse acontecer de verdade, não sendo os passageiros de aviões suicidas potenciais. Outra vez vão ser procuradas causas técnicas ou erros humanos, o que é sempre um melhor motivo para quem necessita viajar diante do que seria a outra alternativa: estar com a vida entregue a torres de controle operadas por controladores descontrolados de tráfego aéreo. Ou embarcando e

Viagens têm prioridade sobre fiscalização

Anac investiu R$ 4,7 milhões em passagens e diárias, quase quatro vezes mais do que o aplicado em inspeções Sandro Lima Da equipe do Correio Braziliense A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) gastou R$ 4.740.928 com diárias e passagens de pessoal civil e militar no Brasil e no exterior, de janeiro até o último dia 17. O valor é quatro vezes superior ao investimento feito, no mesmo período, na fiscalização da aviação civil, principal função da agência, juntamente com a regulação do setor aéreo. Segundo consulta feita pela liderança do DEM na Câmara ao Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi) , entre diárias e viagens para funcionários da agência foram gastos R$ 3,1 milhões. Em passagens, o valor foi de R$ 1,6 milhão. Já o gasto com fiscalização foi de R$ 1,16 milhão. As fiscalizações e inspeções da Anac são realizadas em aeronaves e empresas de aviação, empresas de manutenção, empresas de táxi-aéreo, oficinas e aeroclubes. Também são objeto da fisca

Moradores preparam ação

Ullisses Campbell Da equipe do Correio Braziliense Vizinhos do aeroporto de Congonhas convivem com o medo. Ao lado da pista principal e das duas auxiliares, há arranha-céus com até 25 andares e milhares de casas. Por conta da tragédia com o avião da TAM, ocorrido na terça-feira, a Associação de Moradores de Moema (AMM), na zona sul de São Paulo, vai entrar com uma ação civil pública para pedir mais segurança ao bairro. Em março, a entidade já havia entrado com outra ação pedindo o fim dos vôos após as 23h, por causa do barulho. Segundo a presidente da AMM, dona-de-casa Lígia Horta, a ação será ajuizada contra a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Infraero, a prefeitura de São Paulo e contra as companhias aéreas. “Não queremos que o aeroporto feche. Mas exigimos segurança porque há suspeita de que a pista esteja escorregadia depois da reforma”, diz Lígia. A dona-de-casa conta que ouviu a explosão do avião da TAM e que não conseguiu dormir durante a noite com med

Tudo em seis segundos

Muitas vítimas morreram antes do impacto, mas corpos revelam aflição e pânico Renata Mariz Enviada especial – Correio Braziliense São Paulo — Não mais que seis segundos. Foi esse o tempo que o avião da TAM levou da aterrissagem malsucedida até a explosão, no início da noite de terça-feira. Pela posição dos corpos retirados de dentro da aeronave, as 186 pessoas a bordo sabiam que algo de errado estava acontecendo. “A posição era de defesa, alguns estavam agarrados às poltronas. Eles esperavam uma colisão”, diz o doutor Douglas Ferrari, presidente da Sociedade Brasileira de Terapia Intensiva. O médico, que participou do resgate das vítimas do vôo 3054, afirma que muitos morreram antes mesmo da explosão. A aeronave estava numa velocidade entre 150km e 200km antes de colidir com o prédio do outro lado da Avenida Washington Luís. Algumas das 186 pessoas a bordo nem sequer chegaram vivas ao momento da colisão, na avaliação do especialista. “Podemos estimar que 50% dos