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Voo para a Copa

Com capacidade no limite, governo pretende modernizar terminais

Zero Hora

Está pronto para decolar o modelo de privatização de aeroportos no país. Uma proposta elaborada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) já aterrissou na mesa do ministro da Defesa, Nelson Jobim. O plano de voo pode ser aprovado em breve, afinal o país tem pressa. Não só porque faltam cinco anos para a Copa Mundo que será realizada aqui, mas porque o transporte aéreo dá sinais de que vai retomar níveis anteriores à turbulência econômica. O movimento de passageiros, por exemplo, cresceu 25,7% em julho na comparação com igual mês de 2008 época pré-crise.

A concessão de terminais para empresas privadas – atualmente administrados pela estatal Infraero – deve ser feita em etapas. Na primeira fase, devem ser concedidos o Galeão, no Rio, e Viracopos, em Campinas (SP).

Jobim adiantou na quinta-feira que antes de abrir a concessão será lançado um edital – até o fim do ano – para a construção de um novo aeroporto em São Paulo. O ministro informou que o governo não dispõe de recursos. Pelo modelo, a concessão seria privada, mas a União seria proprietária do terminal.

Especialistas dos setores de aviação e infraestrutura fazem coro a Jobim e entendem que aeroportos já deveriam há mais tempo estar nas mãos da iniciativa privada, em razão dos gargalos que estão se tornando os terminais.

– Tem de sair do esquema estatal. Não vejo problema na participação de estrangeiros nem de companhias aéreas, desde que limitada, para não prejudicar concorrentes – defende o engenheiro aeronáutico Jorge Leal Medeiros, professor de transporte aéreo e aeroportos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Movimento em Campinas cresceu 123% em 2009

Ainda fazendo mistério sobre a proposta de privatização encaminhada ao Ministério da Defesa, a presidente da Anac, Solange Vieira, adiantou que investidores estrangeiros poderão ter 100% do controle. Mas quem pegar aeroportos rentáveis também precisará assumir terminais deficitários. Como são investimentos demorados, é preciso começar logo. Em 2008, circularam pelos 67 aeroportos administrados pela Infraero 113,2 milhões de pessoas.

– Daqui a 15 anos, o movimento tende a triplicar, o que exigirá um investimento muito elevado – afirma André Castellini, analista de aviação da Bain & Company.

O segredo de sucesso nessa nova frente, alertam especialistas, dependerá do tipo de contrato firmado.

– Os critérios usados para medir o desempenho podem ser um problema. É preciso colocar revisões periódicas nos contratos – avalia James Waterhouse, professor do curso de Engenharia Aeronáutica da USP em São Carlos.

O processo também deve apresentar proposta de administração para os aeroportos menos atrativos. Terminais com movimentação abaixo de 1 milhão de passageiros por ano não ficarão sob o modelo de concessão. Mas o interesse deve se voltar mesmo para os mais rentáveis e movimentados.

O Galeão, por exemplo, recebe mais de 10 milhões de passageiros/ano. Viracopos, a partir do início das operações da Azul, em dezembro, teve um salto de 123,3% no número de passageiros no primeiro semestre na comparação com igual período de 2008. O terminal também se destaca como o segundo em movimentação de carga aérea no país, ficando atrás apenas de Guarulhos.

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