Essa é a média mensal de movimento nos oito helipontos da cidade, excluindo o Leite Lopes e os aeródromos privados
LIGIA SOTRATTI - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA RIBEIRÃO
Todo mês cerca de 138 helicópteros cruzam os céus de Ribeirão Preto, entre pousos e decolagens. A cidade tem oito helipontos, de acordo com levantamento da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil). O número não inclui a movimentação dessa aeronaves no aeroporto Leite Lopes e nos dois aeródromos particulares.
Segundo definição da Anac, heliponto é uma pista destinada a pousos e decolagens de helicópteros, exclusivamente. Pode ser no solo ou elevado (topo dos prédios). Já os aeródromos são pistas destinadas ao movimento das aeronaves.
De acordo com o presidente do aeroclube da cidade, Olivo Lofiego Júnior, o número é elevado para um município do interior, mas se explica pelo número de empresários e profissionais liberais na cidade. [Usar helicóptero] "É um modo de agilizar o trabalho."
O empresário José Roberto Pereira Alvim é uma das pessoas em Ribeirão Preto que utilizam com frequência esse transporte há oito anos. Ele acredita que, por ano, voe um total de 200 horas.
"Facilita para ir a reuniões, se deslocar com mais rapidez. Tornou-se um equipamento de trabalho."
Além da necessidade profissional, voar também é uma paixão para ele. "A aviação cresce a cada dia e sou um apaixonado pela área", disse Alvim. Dos oito helipontos da cidade, metade foi feita pela construtora dele, a Pereira Alvim.
Um deles é na própria sede da construtora. No local, em média, há 30 pousos e decolagens de helicópteros por mês. O mesmo movimento tem o heliponto do edifício comercial Metropolitan Business Center. O prédio tem 220 salas comerciais e o heliponto é para uso dos condôminos e clientes.
Outro heliponto construído pela Pereira Alvim fica no edifício New Century, que tem 170 salas comerciais. O quarto heliponto é o do edifício Sequóia, que tem a diferença de ser exclusivamente residencial.
"São 54 apartamentos e cerca de três ou quatro moradores têm helicópteros. Como tinha esse público, tivemos a ideia de fazer a pista no local", disse Pereira Alvim.
No heliponto situado no Novo Shopping, funciona a ABC Helicópteros, empresa de táxi aéreo. De acordo com a coordenadora de voos do local, Miriam Nobre, o movimento é crescente devido à diversidade de público da cidade.
"Além de empresários, profissionais como advogados, médicos e até mesmo empresas contratam o transporte para fazer voos em feiras e capturar imagens aéreas da cidade", disse. No local, em média, ficam cinco helicópteros.
Em um hangar ao lado do aeroporto Leite Lopes, fica a Power Helicópteros, empresa que vende e dá manutenção a helicópteros. André Cunha, diretor técnico e administrativo da empresa, diz que a frota da cidade é de cerca de 30 unidades.
"Nos últimos quatro anos, cresceu bastante esse tipo de transporte, porque quebrou o estigma de ser um meio inacessível", disse. O preço de um helicóptero varia de R$ 400 mil a R$ 1,2 milhão.
Voos panorâmicos são opção de lazer
O uso de helicópteros não é só uma questão de trabalho. Uma opção diferente de lazer em Ribeirão são os voos panorâmicos. Nos finais de semana, é possível sobrevoar a cidade e descobrir novidades do alto.
A ABC Helicópteros, empresa de táxi aéreo, oferece esse tipo de voo para o público e também faz pacotes para empresas, que podem brindar seus clientes com passeios aéreos ou utilizar os voos em eventos.
"O preço para quem vem aqui na base fazer o voo panorâmico é de R$ 450. O passeio dura, em média, 10 minutos e leva três pessoas", afirmou Miriam Nobre, coordenadora de voos da empresa. Um passeio mais breve, de cinco minutos, sai por R$ 300.
A vista privilegiada sai mais em conta quando a empresa participa de feiras. Cada voo de cerca de três minutos custa em torno de R$ 180. Nesse caso, o voo panorâmico sai por R$ 60 por pessoa.
"Podemos fazer preços diferenciados porque somos contratados para estar no local", disse Nobre.
Uma outra alternativa para conhecer a cidade de cima é alugar uma aeronave de pequeno porte.
Desde julho, o Aeroclube de Ribeirão tem disponível para passeio o monomotor Tupi. O avião ficou cinco meses sendo reformado e, no mês passado, voltou a operar voos no Hangar Gota Dourada, situado ao lado do aeroporto Leite Lopes.
O passeio custa R$ 150 e dura entre 15 e 20 minutos. "Vem muita família, gente que nunca voou. A rota passa pelos shoppings, dá para ver alguns bairros no entorno. É uma programa bem diferente", disse Olivo Lofiego Júnior, presidente do Aeroclube de Ribeirão.
De acordo com ele, o movimento é mais intenso no fim de semana, quando as aeronaves decolam, em média, dez vezes levando famílias e casais, principalmente.
"Muita gente que nos procura vem voar pela primeira vez e tem isso como um sonho. Às vezes, a pessoa ainda não teve possibilidade de fazer uma viagem de avião e mata a vontade aqui com o vôo panorâmico", afirmou Lofiego Júnior.
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