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Helicóptero da polícia cai pela segunda vez

Depois de uma pane, a aeronave sofre queda de 10m, ferindo levemente os dois tripulantes. Aparelho transportaria o governador Arruda

Ana Maria Campos, Ary Filgueira e Lilian Tahan – Correio Braziliense

Em outubro de 1998, pilotos que treinavam no Autódromo Nelson Piquet levaram um susto com a queda de um helicóptero da Polícia Civil em plena pista de corrida. Onze anos depois, a mesma aeronave caiu outra vez. Por volta das 17h40 de ontem, o helicóptero de prefixo PP-JFC, apelidado de Carcará, perdeu sustentação quando levantava voo do heliporto da Divisão de Operações Aéreas (DOA), no Setor de Garagens Oficiais Norte, perto do Palácio do Buriti. O aparelho — que minutos depois deveria transportar o governador José Roberto Arruda — despencou de uma altura de 10m, deixando os dois tripulantes com ferimentos leves. A Polícia Civil suspeita de falha mecânica.

A aeronave, de 21 anos de idade, foi totalmente reformada após a queda de 11 anos atrás, garantem fontes da Secretaria de Segurança Pública (SSP). Na ocasião, cinco policiais civis estavam a bordo. Sofreram escoriações, cortes e fraturas. Ontem, o helicóptero já havia sido usado pela manhã. No fim da tarde, o comandante da DOA Robério Pinheiro Maia, 45 anos, acompanhado do copiloto — o também comandante da DOA Márcio de Araújo Rezende, 37 —, decolou com a missão de levar Arruda de um compromisso a outro. Quando o aparelho atingiu certa altura, testemunhas afirmam terem ouvido forte barulho vindo do motor. A aeronave bateu na grade do heliporto e caiu na pista ao lado da divisão.

O empresário Antônio Carlos Martins, 55, passava com sua moto ao lado da DOA na hora do acidente, quando foi atingido por uma peça do aeronave. “Vi um pedaço de metal vindo na minha direção, ele bateu no meu peito e eu caí. Fiquei vermelho, mas não foi nada grave”, explica. Martins e policiais que estavam no local ajudaram o piloto e o copiloto a sair do equipamento. A área do acidente foi isolada por agentes e bombeiros, que jogaram areia sobre o combustível que vazou para evitar incêndios. As vítimas foram levadas ao Hospital de Base com escoriações leves nas pernas. Maia foi liberado após o atendimento e Rezende foi encaminhado ao Hospital Santa Luzia. O copiloto também já recebeu alta.

Segundo o secretário de Segurança Pública do DF, Valmir Lemos, somente a perícia realizada pela Polícia Civil vai comprovar o motivo do acidente, mas a principal hipótese é falha mecânica. “Pelo relato das testemunhas, um barulho alto veio do motor da aeronave. Como o piloto é um dos mais experientes em atividade de voo no país, e já tem 20 anos na corporação, é pouco provável que tenha sido falha humana”, explicou. De acordo com Lemos, o Carcará PP-JFC havia passado por revisão em julho último.

Frota insuficiente

O helicóptero que caiu vai deixar um rombo na frota de seis aeronaves do governo, considerada insuficiente para atender à demanda por policiamento aéreo no DF. Prova disso é que há um ano a SSP negocia a compra de uma nova máquina com o governo federal, por meio da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp). E na semana passada, finalmente, o convênio foi assinado.

A Senasp vai liberar R$ 7,2 milhões para a compra do novo helicóptero, o que aumentaria para sete máquinas, não fosse a queda de ontem. A aeronave vai ficar à disposição da Polícia Militar, que já tem um aparelho. A Polícia Civil conta com dois helicópteros, os bombeiros, um, e o Detran, outro.

A informação de que o helicóptero acidentado deveria transportar Arruda foi confirmada pelo assessor de imprensa dos governador, Omézio Pontes. Com o imprevisto, Arruda utilizou a aeronave do Corpo de Bombeiros para ir do Paranoá ao Recanto das Emas. Ao fim da agenda, o governador voltou para casa de carro.

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