Santos Dumont terá que usar rota alternativa nas operações de pouso e suspender voos de madrugada
O Globo
O Aeroporto Santos Dumont terá que iniciar, já a partir de hoje, a desativação das operações de pouso na Rota 2, que passa sobre os bairros de Cosme Velho, Botafogo, Urca, Santa Teresa, Laranjeiras e Flamengo.
O caminho só poderá ser usado em situações de emergência.
A decisão foi tomada ontem pelo Conselho Diretor do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), órgão executivo da Secretaria estadual do Ambiente.
Na reunião, foi determinada ainda multa de R$ 250 mil para a Infraero, por operar o aeroporto desde 2007 sem renovar a licença ambiental.
Os integrantes do conselho decidiram também restringir o horário de operação do aeroporto.
A partir de agora, os voos estão suspensos das 22h às 6h.
As decisões do conselho serão mantidas pelo menos até a entrega de um novo estudo de impacto ambiental que comprove a viabilidade das operações na Rota 2. A Infraero terá que elaborar um estudo que avalie o nível de ruído nos bairros afetados pela Rota 2 por um período de 15 dias. Cada bairro terá que ser testado em pelo menos dois pontos, preferencialmente em zonas residenciais, consideradas mais sensíveis pelo Inea.
Secretária critica conduta da Infraero A secretária do Ambiente, Marilene Ramos, explica que a Infraero sequer retirou a Licença de Instalação (LI) emitida para o Santos Dumont com as exigências feitas para a concessão da Licença de Operação (autorização final): — Eles acham que não precisam ser submetidos ao licenciamento e que podem operar da forma mais conveniente do ponto de vista econômico.
Marilene não sabe se a decisão implicará a redução do número de voos. Ela nega que a decisão tenha motivação política, diante da recente briga entre a Agência Nacional de Aviação (Anac) e o governador Sérgio Cabral pela liberação de mais voos no Santos Dumont.
— Aqueles problemas econômicos ficaram para trás. De lá para cá, tivemos reuniões com os MPs estadual e federal, que determinaram que o Inea prosseguisse com o licenciamento, uma vez que o Santos Dumont não poderia continuar operando sem licença — afirma ela.
No momento da concessão da licença final, outra restrição será imposta: o limite de cinco milhões de passageiros por ano. A Infraero quer estender para oito milhões.
— A CET-Rio emitiu parecer restringindo a cinco milhões.
Isso vai estar na licença final — adianta Marilene.
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