Alberto Komatsu | De São Paulo - Valor
Brasil, Rússia, Índia e China, países que integram o Bric, terão 570,7 milhões de passageiros domésticos do transporte aéreo em 2014, o que representa um crescimento de quase 78% em relação ao fluxo de 320,8 milhões de pessoas nesses países em 2009.
Nesse cenário, o Brasil se consolida como o segundo maior mercado em fluxo de passageiros domésticos entre os países do bloco. O país terá, daqui a quatro anos, 90 milhões de passageiros, diante dos 57,5 milhões de 2009, ou crescimento de 32,5%.
"O Brasil é um país que eu amo tanto, imenso, mas com um número limitado de passageiros. A aviação no país está crescendo muito rápido por causa de seu potencial e do desempenho econômico, mas estou muito preocupado com a questão da infraestrutura (dos aeroportos)", disse ao Valor o presidente da Iata, Giovanni Bisignani.
"Espero o envolvimento direto da nova presidente (Dilma Rousseff) para resolver essa questão", acrescentou, lembrando das duas competições esportivas que acontecerão até 2016, a Copa do Mundo de Futebol e as Olimpíadas.
Como exemplo de país que investe em infraestrutura aeroportuária, Bisignani lembra da China, que pretende ter 220 aeroportos até 2020. Atualmente, são 175 aeroportos.
O levantamento da Iata mostra que a China lidera o ranking de fluxo de passageiros domésticos entre os países Bric, com 379 milhões de passageiros em 2014, ou expansão de 180,9% diante dos 196 milhões de passageiros domésticos de 2009. Em terceiro está a Índia, com 41, 7 milhões de viajantes dentro do seu país.
A estimativa para a Rússia envolve 33 milhões de passageiros nos próximos quatro anos. Isso significa uma expansão de 27% diante dos 23,5 milhões de 2009.
A Iata indica que o Brasil manterá, até 2014, a terceira maior taxa de crescimento médio anual no transporte aéreo doméstico de passageiros entre os países do Bric. Pelo levantamento, as companhias brasileiras de aviação comercial vão registrar crescimento médio anual de 9,4% até 2014. China, com taxa de 13,9% e Índia, com 10,5% lideram o ranking no Bric. Já o crescimento médio anual da aviação comercial russa deverá se situar em 7,3% até 2014.
A alta do preço do barril de petróleo motivou a Iata a fazer uma revisão da alta de custos para a aviação global. Segundo Bisignani, no fim do ano passado a associação previa o preço médio do barril a US$ 84, mas essa projeção foi alterada para US$ 96. Segundo Bisignani, a cada US$ 1 de aumento no preço do combustível os custos anuais do setor sobem US$ 1,6 bilhão, o que aumentará em US$ 20 bilhões os gastos em 2011. Como 50% desse total está protegido por meio de "hedge", o valor adicional recua para US$ 10 bilhões.