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British tira obstáculo à fusão com Iberia

Norma Cohen e Pilita Clark, Financial Times - Valor

A companhia aérea British Airways (BA) não pagará dividendos por pelo menos dois anos para a sua nova empresa controladora, a ser criada após a fusão planejada com a Iberia, pelos termos de um acordo anunciado ontem para solucionar seus problemas previdenciários.

Além disso, metade de cada libra que a BA tiver no banco acima de certo limite será destinada a cobrir o déficit de 3,7 bilhões de libras (US$ 5,5 bilhões) em seus dois planos previdenciários de benefícios predeterminados mais antigos.

As duas medidas são anunciadas depois de o órgão de regulamentação previdenciário do Reino Unido ter pressionado a BA a certificar-se de que sua nova controladora não se apropriaria de ativos ou de receitas à custa dos membros dos planos de aposentadoria, segundo fontes a par da situação.

Os déficits vêm sendo um possível obstáculo à aliança - a ser concluída até o fim do ano - desde que os planos de fusão foram divulgados pela primeira vez em novembro de 2009.

A Iberia tem direito a desistir da fusão caso não concorde com o plano de recuperação do déficit previdenciário acertado entre a British e os responsáveis por esses fundos de pensão e anunciado ontem.

A Iberia divulgou que o acordo foi "um passo positivo em direção ao processo de fusão". O próximo passo seria a decisão da Iberia de aprovar ou não esse acerto, até 30 de setembro. O plano de recuperação previdenciária também precisa ser aprovado pelo órgão regulador previdenciário do Reino Unido, que não quis comentar o assunto ontem.

O diretor de finanças da British, Keith Williams, disse que a reação inicial da agência foi "positiva". Como parte do plano de recuperação, a BA concordou em manter sua contribuição anual nos 330 milhões de libras (US$ 490,6 milhões) previstas para este ano, aumentando-a em pelo menos 3% nos próximos 16 anos. Alguns funcionários terão de aumentar a contribuição.

A previsão original da British Airways era eliminar o déficit muito antes. Williams afirmou que a empresa aérea concordou em não distribuir dividendos para a nova controladora a ser criada após a fusão com a Iberia em uma nova empresa a ser chamada de International Airlines Group, até a próxima avaliação dos ativos dos fundos de pensão, marcada para o fim de 2012.

"Concordamos em não pagar dividendos até 2012", afirmou o diretor de finanças, ontem, acrescentando que, de qualquer forma, a empresa deficitária não planejava fazer tais pagamentos.

A British Airways também concordou em entrar com contribuições adicionais para cobrir o déficit, caso seu saldo de caixa seja superior a 1,8 bilhão de libras (US$ 2,6 bilhões). A empresa aérea tinha 1,7 bilhão de libras (US$ 2,5 bilhões) no fim de seu ano fiscal mais recente, encerrado em 31 de março.

Perguntado como esse dinheiro seria distribuído entre os fundos de pensão e o resto da companhia, Williams afirmou que "o conceito é que seria dividido [na proporção] 50-50 entre as partes".
 
"Houve um mecanismo similar na avaliação passada, então, não é um conceito novo", afirmou.

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