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Ampliação das atividades fora do Brasil entra na pauta

Além dos EUA, companhia planeja nova linha de produção na China para o E 190
 
Cláudia Bredarioli -
Brasil Econômico

A estratégia de ampliar a atuação em atividades industriais, suporte ao cliente e outras operações fora do Brasil vai ganhar cada vez mais fôlego na estrutura da Embraer, ao menos enquanto Frederico Curado estiver na presidência. "Acho que a única coisa que não pode sair do Brasil são os processos decisórios de questões estratégicas".

Assim, além do recente anúncio de que irá construir uma linha de montagem na Flórida, EUA, para a produção dos jatos executivos Phenom 100 e Phenom 300, a Embraer também espera apenas uma decisão do governo chinês para dar início a outra linha de montagem fora do Brasil. A escolhida é a China e, se a instalação (em negociação já avançada) for aprovada, já está definido que ela será ocupada com a produção do modelo E 190, uma aeronave com 120 lugares." Ocorre que a empresa que fabrica o ARJ21 — o principal concorrente do 190 naquele mercado — é estatal. Isso dificulta o processo porque as decisões na China são centralizadas. Tudo depende do governo", pontua Curado.

Como ponto positivo na negociação, Curado destaca a postura firme que o governo brasileiro tem mostrado em apoio à entrada da Embraer no mercado asiático. "O mercado chinês é o que mais cresce no mundo e também ocupa o segundo lugar em tráfego aéreo ".

Segundo o executivo, a aeronave chinesa é menor e de qualidade inferior ao E 190. Curado não tem informações, contudo, em relação ao preço desse produto, já que essa aeronave, por enquanto, só é comercializada regionalmente.

A Embraer monta em Harbin, na China, desde 2003, jatos ERJ 145, com capacidade para 50 passageiros. A fábrica surgiu de uma parceria com a estatal chinesa Avic II para atender encomendas de empresas aéreas daquele mercado. Há possibilidade, porém, de a fábrica ser fechada em 2011, quando terminam as entregas. Para impedir que isso aconteça, a Embraer decidiu oferecer ao governo chinês a montagem dos jatos E 190. A decisão permitiria à empresa brasileira manter presença no disputado mercado chinês com a produção de seus maiores jatos.

Já nos Estados Unidos, a empresa pretende investir US$ 50 milhões na nova instalação, que deverá gerar cerca de 200 postos de trabalho na cidade de Melbourne. Essa será a primeira linha de montagem da Embraer em território americano. A nova unidade terá 14 mil metros quadrados e abrigará a montagem final dos Phenom. "Faremos em Melbourne exatamente a mesma aeronave que fabricamos hoje somente em Gavião Peixoto, no interior de São Paulo", diz Curado.

"ARJ 21, principal concorrente do E 190, é fabricado por estatal chinesa — por isso a dificuldade na aprovação pelo governo local"

BOM NEGÓCIO

US$ 1 bilhão

foi a receita gerada pelos jatos executivos à Embraer em 2009. Expectativa é de que as vendas continuem crescendo até que se equiparem à aviação comercial.

PREJUÍZO

US$ 500 mi

é a previsão de perda de receita que a empresa deve registrar em 2010, na comparação com 2009, quando os ganhos chegaram a US$ 5,5 bilhões.

ESTIMATIVA

US$ 2,8 bi

é o volume estimado de prejuízo que as empresas aéreas globais devem somar em 2010, ainda em consequência da crise financeira mundial.

PONTOS FORTES

A Embraer investe anualmente cerca de US$ 250 milhões empesquisa e desenvolvimentode novas tecnologias.

Tem 3,5 mil engenheiros atuando exclusivamente em pesquisa entre seus 16,8 mil funcionários.

Para o desenvolvimento de uma nova aeronave, prevê-se que sejam necessários de 12 a 15 milhões de horas de engenharia.

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