Marcelo Ambrosio - Jornal do Brasil
Na Europa isso não é mais novidade. Nem nos Estados Unidos, embora a crise econômica tenha abortado algumas tentativas mais ousadas, principalmente transcontinentais. Criar voos exclusivos para a classe executiva em trajetos de alta densidade poderia ser uma alternativa interessante especialmente no caso da ponte aérea entre o Santos Dumont e Congonhas – mesmo depois de o trem-bala ficar pronto. Li recentemente que a passagem por via férrea custaria em torno de R$ 500, o que achei extremamente salgado considerando a comparação com o que o avião, em tese, oferece. Fala-se que o trajeto entre o Rio e São José dos Campos, que seria o primeiro a ser posto em operação, levaria em torno de duas horas e meia. É verdade que gastamos isso na via aérea se levarmos em consideração o tempo de deslocamento e a espera. Mas ganharíamos no translado entre São José e São Paulo.
Pensar em voos da ponte aérea voltados para a classe executiva poderia ser um bom negócio.
Em minha opinião e na de alguns executivos que ouvi, há demanda para tal. São profissionais cujo tempo é muito caro e, justamente por isso, poder aproveitá-lo da melhor forma a bordo é uma forma de otimização. Com um conforto maior, por exemplo, na ida para algum compromisso, seguramente o desempenho físico da pessoa na tarefa é superior ao de alguém que viajou, por exemplo, nos bancos de ônibus da Gol, ou nas poltrona virtuais que a Recaro criou para os Airbus que a TAM utiliza.
O Fokker 100 da Blue Line certamente garantiu um RPK (Revenue Passenger Kilometer, medida de rentabilidade em função da quantidade de pessoas transportadas e da distância) bem razoável.
Normalmente, o jato leva 99 passageiros, mas naquela configuração carregou no máximo 60. Mesmo em termos de ponte Rio-SP, com ou sem trem-bala, sou capaz de acreditar que o custo dessa passagem ainda poderia ser vantajoso. Mais caro evidentemente, porém mais justo do que os R$ 700 em média que vi nos sites consultados na quarta-feira. Fica a sugestão.
Comentários