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Azul e Webjet ganham autorização para usar aeroporto de Congonhas

Empresas conseguiram espaços nos finais de semana no terminal; a gaúcha NHT também poderá operar

Melina Costa - O Estado de SP
 
A partir do próximo mês, as companhias aéreas Webjet e Azul poderão voar para o aeroporto de Congonhas, em São Paulo - o mais movimentado e lucrativo do país. As empresas participaram de uma redistribuição de slots (horários para pousos e decolagens) realizado ontem pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O problema é que a presença conquistada pelas companhias ainda é irrelevante em comparação às principais empresas aéreas do País.

Depois do sorteio, a carioca Webjet ficou com apenas 18 slots entre sábado e domingo. A Azul recebeu menos ainda: 8 slots no fim de semana. A única das companhias que ainda não operavam no aeroporto que conseguiu espaço durante a semana - quando são vendidas as passagens mais rentáveis, para passageiros a negócios - foi a gaúcha NHT. A empresa, que faz voos regionais entre os três Estados do Sul, conseguiu 28 horários, sendo 10 entre segunda-feira e sexta.

Na mesma redistribuição, a líder TAM ficou com 54 slots, que somam-se aos 1.404 que já possui.

A Gol, segunda maior companhia do País, aumentou sua presença em 56 slots e acumula, agora, 1.504 slots. Por fim, a OceanAir, que também já operava em Congonhas, vai ampliar em quase 30% sua participação com 38 novos horários.

As companhias já tradicionais em Congonhas não só tiveram acesso a um número maior de slots como puderam escolher primeiro - e, obviamente, pegaram os melhores horários. Do total de 355 slots disponíveis, apenas 202 foram distribuídos. Os 153 que sobraram não interessaram às companhias.

Trata-se de horários durante os finais de semana.

"Vamos avaliar nas próximas semanas se vale mesmo a pena operar em Congonhas. Afinal, teremos o custo de colocar funcionários no aeroporto", diz Adalberto Febeliano, diretor de relações institucionais da Azul. "A operação tem de fazer sentido econômico: dar lucro ou então compensar como estratégia de marketing."

A Azul afirma que seu plano de crescimento está calcado em voos sem escala ligando capitais e cidades médias e que, portanto, independe de Congonhas. "Só não podemos ignorar Congonhas porque o aeroporto é como uma butique da (rua) Oscar Freire (em São Paulo). É lá que estão as tarifas mais altas do Brasil", diz.

A Webjet informou apenas que ainda vai escolher quais os destinos de seus voos que sairão de Congonhas, mas disse que não pretende desperdiçar a oportunidade de voar para o aeroporto.

Já a NHT acredita que conseguirá fazer de sua operação em Congonhas um negócio rentável.

"Queríamos operar durante a semana para atender ao nosso público, que se concentra no viajante a negócios", diz Pedro Antonio Teixeira, presidente da companhia regional.

A Anac reconhece que a redistribuição alterou apenas timidamente a dinâmica em Congonhas, mas considera esse apenas o primeiro passo para o aumento da competição no aeroporto paulista. "Já é uma vitória. Fomos muito contestados na intenção de sortear os slots, mas agora temos um precedente", diz Marcelo Guaranys, diretor da agência.

O sorteio dos slots estava previsto para acontecer no começo de fevereiro, mas foi adiado diante de liminar da Pantanal, empresa aérea comprada pela TAM. A companhia esperava manter 61 slots que a agência pretendia redistribuir.

Até o fim do ano, a Anac espera mudar a atual regra de sorteio dos slots. Hoje, as companhias que já têm presença relevante no aeroporto recebem 80% dos slots disponíveis para o sorteio. As entrantes ou aquelas que possuem poucos voos durante a semana ficam com os outros 20%. "Essa porcentagem poderia aumentar para 50%, por exemplo", diz Guaranys.

Também está em estudo uma forma de aumentar o número de slots liberados para a redistribuição. Atualmente, só perdem espaço as companhias que cancelarem mais de 20% de seus voos em um período de 90 dias. A Anac espera colocar em vigor uma nova regra que considere também a pontualidade dos voos.

Além do esforço da Anac, as companhias aéreas ainda contam com outras oportunidades de redistribuição de espaço.

Antes do acidente da TAM em Congonhas em 2007, o aeroporto permitia 45 movimentos de aeronaves por hora. Hoje, são permitidos apenas 34. "O maior número de voos não afeta a segurança do aeroporto. É possível aumentar a capacidade", diz Febeliano.

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