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Santos Dumont: sistema contra fogo é precário

TCU constata que instalação de equipamento sofisticado de prevenção de incêndio no Aeroporto nunca foi concluída

Regina Alvarez - O Globo

BRASÍLIA. Uma auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU), que investiga as obras inacabadas de ampliação do Aeroporto Santos Dumont, descobriu que o sistema ultrassofisticado de detecção e alarme de incêndios, adquirido há cerca de cinco anos e à prova de falha humana, está inoperante. Embora já tenha sido atingido por dois grandes incêndios, em 1998 e 2007, o Aeroporto hoje conta apenas com o apoio de brigadas e algumas câmeras de vídeo na prevenção de incêndios. Os auditores constataram que a instalação do equipamento nunca foi concluída, por isso o sistema não funciona.

- O equipamento foi comprado, pago e abandonado. Nunca foi instalado - explicou o titular da 3ª Secretaria de Controle Externo do TCU, Edison Franklin Almeida.

O problema foi detectado numa auditoria que investiga outras irregularidades nas obras de ampliação. A gravidade da descoberta levou o ministro relator do processo, Raimundo Carrero, a determinar uma nova inspeção no Aeroporto, para averiguar especificamente por que o sistema de prevenção de incêndios não funciona.

Infraero: sistema foi contratado por R$5 milhões

O resultado da auditoria pode levar o TCU a adotar medidas mais enérgicas contra a Infraero.
 
- Demos um tratamento emergencial para a questão da prevenção de incêndios. Não dava para esperar o ritmo natural das coisas. Não sabemos o grau de segurança que hoje existe no Aeroporto - disse Almeida.
 
Pelos cálculos do TCU, o sistema de prevenção de incêndios automatizado, de alta tecnologia, que não depende de manuseio humano, custou R$1,8 milhão. A Infraero informou que o sistema completo foi contratado por R$5 milhões e foram pagos R$4,5 milhões do que foi instalado. O TCU destacou que, sem a instalação completa do equipamento, nada funciona.
 
Segundo a Infraero, o Aeroporto tem "um conjunto de mecanismos de proteção contra incêndio, como brigada, hidrantes, extintores, sprinkler (conhecidos como chuveirinhos que detectam calor e emitem água) e detectores, e sistema de monitoramento por câmeras, que garante a prevenção e o combate a qualquer risco de incêndio".

A empresa atribui ao TCU a responsabilidade pela não instalação de todos os equipamentos. "O único dispositivo que falta para ser instalado é uma central eletrônica de detecção, não concluída por ocasião da paralisação das obras de melhorias em 1/11/2007, cujo contrato é hoje analisado pelo Tribunal de Contas da União", diz a Infraero em nota.

A empresa destaca ainda que a segurança é uma prioridade e que o Santos Dumont é inspecionado pelos principais órgãos de fiscalização da aviação civil, seguindo regras internacionais do setor.

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