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TAP aposta na diversificação de rotas para fugir da crise área brasileira

DEISE DE OLIVEIRA
da Folha Online

A empresa aérea portuguesa TAP aposta na diversificação de rotas entre Brasil e Europa para se proteger da crise aérea brasileira. Luiz Mor, vice-presidente da empresa, que nesta sexta-feira anunciou os resultados do primeiro semestre, afirmou que a companhia ainda não registrou queda no fluxo de passageiros nas operações brasileiras, mas aguarda uma resposta rápida à crise.

"As notícias que chegam à Europa sobre a crise aérea não são bonitas. Mas confiamos que o problema será resolvido. Até agora, não houve queda no fluxo de passageiros. Se o Brasil der uma resposta rápida à crise, não seremos afetados", disse Mor.

Questionado sobre as medidas já tomadas pelo governo brasileiro desde o início da crise áerea do país, em setembro passado, Mor disse que não seria ético emitir uma posição neste momento. Preferiu afirmar que acredita em uma solução para a crise.

"Sabemos que, por algum tempo, haverá restrições de aeroportos no Brasil, sobretudo em São Paulo. E vai levar tempo, não é coisa que se faz do dia para a noite. Mas como nossa idéia é diversificar a oferta de rotas no país, não deveremos ser afetados", afirmou Mor.

Atualmente, a TAP opera 60 vôos semanais entre Brasil e Portugal, ligando as cidades portuguesas de Porto e Lisboa a Salvador, Recife, Fortaleza, Natal e Brasília, além de São Paulo e Rio de Janeiro.

Segundo informações divulgadas hoje, a TAP embarcou 3,358 milhões passageiros no primeiro semestre deste ano -- número 6,9% maior do que em 2006. No Brasil, o crescimento foi de 12,2%, maior do que o registrado na Europa (7,7%), principal mercado da empresa aérea.

"Crescemos no primeiro semestre em decorrência dos seis novos vôos ligando Porto ao Rio e São Paulo, o que ocorreu na metade do ano passado", disse Mor. Neste mês, a empresa também começou a operar três vôos entre São Paulo e Lisboa, cinco entre Rio de Janeiro e Lisboa e mais cinco entre Brasília e Lisboa.

Resultados no mundo

Empresa pública de Portugal, a TAP encerrou o primeiro semestre com prejuízo, apesar do faturamento recorde de 806 milhões de euros (R$ 2,088 bilhões) -- 11,4% maior que os 723,7 milhões de euros (R$ 1,875 bilhão) apurados em igual período do ano passado.

O resultado líquido, no entanto, foi negativo em 30 milhões de euros, ainda que menor do que o registrado nos primeiros seis meses de 2006, de 52 milhões de euros. A empresa faz uma ressalva: "O segundo semestre é tradicionalmente mais forte do que o primeiro."

No ano passado, a aérea registrou lucro de 7,3 milhões de euros, após prejuízo de 9,9 milhões de euros em 2005.

Segundo a empresa, os resultados da companhia no primeiro semestre confirmam a tendência da melhoria de eficiência. Enquanto a receita cresceu 11,4%, os gastos anotaram alta de 7,9%.

Avaliação estatal

Na última terça-feira, o vice-ministro português de Obras Públicas, Paulo Campos, informou que a TAP "superou claramente os objetivos, ultrapassando a média das congêneres européias", em 2006. O anúncio faz parte de uma nova sistemática de avaliação do desempenho das empresas públicas portuguesas, definida pelo governo do país.

No modelo, os resultados da TAP foram confrontados com os de outras oito empresas européias, referências no setor aéreo. Os quesitos avaliados, segundo Mor, foram retorno ao investimento, Ebtida (lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortizações), receita e resultado líquido.

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