Pular para o conteúdo principal

Regras limitam competição por aeroportos

Prazo curto e restrições da Anac fazem grupos desistirem de leilão que começa amanhã 

DIMMI AMORA - FOLHA DE SP
DE BRASÍLIA

O prazo pequeno para a formação de grupos e as restrições impostas pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) para a entrada de operadores aeroportuários vão reduzir a competição pelos três aeroportos brasileiros, afirmam empresas interessadas no negócio. Ao menos duas delas não devem participar.


A concorrência começa amanhã, com a entrega das propostas econômicas pelos consórcios, e se encerra na segunda-feira, com um leilão na Bovespa. Serão leiloados ao mesmo tempo os aeroportos de Guarulhos (SP), Campinas (SP) e Brasília (DF).

A regras do edital, como já ter operado terminal com mais de 5 milhões de passageiros/ano, dificultaram a entrada de operadores médios e pequenos. Nenhum operador brasileiro privado (são sete) atenderia às exigências.

O prazo curto para o edital (45 dias) e a demora da Anac para responder aos 1.400 questionamentos feitos pelos interessados fizeram com que muitas negociações não pudessem ser concluídas.

É o caso de operadores de terminais de China e Coreia que trabalhavam com construtoras brasileiras, mas informaram ontem que não entrarão no negócio se a disputa ocorrer amanhã.

"Houve pouco tempo para formalizar as negociações e eles comunicaram que só entram se houver mais prazo", informou Robertson Emerenciano, advogado do escritório Emerenciano, Baggio e Associados, que auxilia nas negociações.

O grupo português ANA também negocia com as brasileiras ATP, CVS e Encalso, que pediram à Anac mais prazo para poder participar.

"Se houvesse o adiamento, poderia haver uma disputa com mais de 15 participantes", avalia Luciano Amadio, presidente da Associação Paulista de Empresários de Obras Publicas e representante da CVS.

Mesmo os grupos que ainda não fecharam parcerias já não guardam expectativa de que haverá adiamento. Isso porque pelo menos seis grupos garantem disputar.

Entre os que já anunciaram que vão entrar na disputa estão a CCR/Zurich AG (Brasil/Suiça), a Ecovias/Fraport AG (Brasil/Alemanha), a Engevix/CASA (Brasil/Argentina), a OHL/Aena (Espanha) e a Odebrecht/Changi (Brasil/Cingapura).

A construtora Fidens anunciou ontem sua participação com o operador americano ADC&HAS e o fundo de pensão sul-africano Old Mutual.

Hoje o TCU (Tribunal de Contas da União) julga a regularidade do edital e, caso peça mudanças significativas, o leilão poderia ser adiado, mas o governo não acredita em grandes alterações.

Ontem, a Anac negou pedidos de alteração no edital, entre eles o adiamento do leilão por falta de prazo.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul