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No pós-crise, cresce compra de aviões comerciais

Em feira do Reino Unido, latino-americanas são destaque. Embraer fecha maior encomenda desde março de 2008

O Globo

FARNBOROUGH, Reino Unido, e SÃO PAULO. As encomendas de aviões comerciais de grande porte roubaram ontem o espetáculo no salão de aeronáutica de Farnborough, no Reino Unido, especialmente no segmento de leasing. As empresas latino-americanas também foram destaque na feira, surpreendendo analistas, que apostavam nas encomendas de aviões para o setor de defesa.

Nesta área, as notícias foram em geral ruins, porque a Itália cancelou um pedido de 25 Eurofighters e um ministro britânico declarou que o setor precisa cortar custos ou sofrer um cancelamento de programas.

Na feira, a Embraer fechou a maior encomenda firme por aviões comerciais desde março de 2008, ampliando sua carteira de pedidos após seguidos trimestres de encolhimento. A fabricante brasileira de jatos anunciou a assinatura de acordo firme com a companhia aérea britânica Flybe para venda de 35 jatos Embraer 175, configurados para transportar 88 passageiros, por US$ 1,3 bilhão. Além disso, a Flybe tem opção de compra de 65 unidades e direitos de aquisição para outros 40 jatos modelo 175. Se as opções forem confirmadas, o valor da venda chegará a US$ 5 bilhões, considerando preços de tabela. O novo contrato animou investidores.

As ações da Embraer subiram 6,14% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um dos destaques do pregão de ontem. Foi a maior alta desde 11 de dezembro do ano passado.

Segmento de leasing mostra força e surpreende analistas

Além disso, o pioneiro do setor leasing Steve Udvar-Hazy fechou um contrato de compra com a Embraer de 20 jatos por cerca de US$ 800 milhões. UdvarHazy também encomendou 51 aviões pequenos à Boeing. Já a companhia de aviação chilena LAN Airlines encomendou 50 Airbus 320, num negócio avaliado em mais de US$ 4 bilhões.

— Temos muitos velhos e leais clientes — disse UdvarHazy. — Os locadores de aeronaves estão se tornando cada vez mais uma clientela de companhias aéreas.

Todas essas transações parecem ter devolvido o destaque às vendas de aviões comerciais, especialmente a novos mercados que serão vistos como os mais prováveis propulsores de crescimento do setor nos próximos anos.

— A demanda vinda de companhias de aviação, em oposição a companhias de leasing, está localizada principalmente na Ásia, América do Sul, Oriente Médio e até Rússia, todos vistos como mercados em crescimento — disse Howard Wheeldon, estrategista sênior na BGC Partners.

— Minha dúvida é: onde estão os pedidos europeus e americanos? Será que ressurgirão dentro de dois anos? Isso é improvável. O setor de aviação civil está melhor do que esteve, mas ainda não recuperou sua melhor forma.

Os orçamentos militares e comerciais contrastam fortemente. O setor privado vem gastando com mais liberdade do que nos dois anos passados. Enquanto isso, Liam Fox, o secretário britânico de Defesa, reclamou no evento que os programas militares do país são caros demais. Na feira de Farnborough, o braço da GE e rival da UdvarHazy no setor de leasing, encomendou 100 aeronaves: 60 da Airbus e 40 da Boeing, por US$ 8 bilhões.

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