Erica Ribeiro - O Globo
No Aeroporto Santos Dumont, a área de desembarque parece estar em processo de desativação. As lojas foram fechadas e, no lugar, há tapumes. Segundo a Infraero, os espaços serão ocupados por escritórios de órgãos do setor aéreo. Apenas o antigo café continua funcionando, além de dois restaurantes.
E a praça de alimentação continua inacabada. O acesso ao terceiro andar, onde serão instalados restaurantes e bancos, está há dois anos à espera de decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o custo das obras. Segundo uma fonte, o TCU contesta os gastos acima de R$ 380 milhões usados para as obras. Por isso, ainda não há previsão para abertura do terceiro andar.
Além de obras inacabadas, o movimento no Santos Dumont vem crescendo desde que voos além da ponte aérea Rio-São Paulo voltaram, em março do ano passado. Com isso, o fluxo de passageiros se aproxima de sua capacidade, de oito milhões por ano. A estimativa é que em 2009 tenha ficado em seis milhões de passageiros.
O diretor da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, afirma que, apesar de os aeroportos de grande porte já estarem saturados, a escolha do modelo de concessão a ser usado para ampliação ou construção de novos espaços ficou mesmo para 2010: — O projeto já está no Ministério da Defesa, na Casa Civil e em outros ministérios. Falta a decisão final. Hoje, temos definido para concessão o novo aeroporto de São Gonçalo de Amarante, em Natal. O presidente Lula já assinou o decreto para que este aeroporto entre no Programa Nacional de Desestatização (PND). Galeão, Viracopos e o terceiro aeroporto de São Paulo ainda dependem de decreto que os insira no PND.
No Galeão, especialista diz ser preciso mudar redes elétrica e hidráulica Guaranys lembra que, com a aproximação da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016, é preciso ampliar os terminais do país:
— Mais do que pátios e pistas, a necessidade maior é ampliar os terminais de passageiros.
Até 2014, prevemos 40% de aumento na demanda de passageiros transportados. O investimento em infraestrutura é necessário.
O Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/ Galeão-Antonio Carlos Jobim é um dos poucos que ainda estão ociosos. Encerrou o ano com movimento de cerca de 12 milhões de passageiros nos dois terminais, abaixo de sua capacidade, de 15 milhões. Por isso, a expectativa do superintendente da Infraero no aeroporto, André Luis Marques de Barros, é absorver a demanda reprimida dos aeroportos paulistas.
Para 2010, segundo a Infraero, serão destinados R$ 600 milhões para obras de pátio, pista e terminais. O objetivo é fazer com que os dois terminais possam, cada um, receber dez milhões de passageiros. As obras ficarão prontas em 2012.
Para um especialista do setor, porém, o terminal 1, até o momento, passou apenas por "maquiagens" e existem problemas estruturais.
Entre eles, a falta de uma rede de dados e necessidade de mudanças na parte elétrica, hidráulica e até no condutor de esgoto, que ainda é de 1975. Segundo a fonte, de nada adianta ter forro e pisos modernos se a rede de esgotos ainda é antiga. Quanto ao terminal 2, a mesma fonte defende que não há demanda no local hoje para ampliação da área.
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