Gazeta Mercantil
Com a cotação do dólar e do barril de petróleo em níveis mais estáveis, a demanda do mercado se tornou a principal preocupação da TAM Linhas Aéreas, maior companhia aérea do País.
A TAM elevou em quase 26% o lucro líquido no primeiro trimestre em relação a igual período de 2008, para US$ 54,43 milhões, apoiada na queda de custos com combustível e elevação de receitas.
"A demanda é realmente a questão que estamos olhando com maior cuidado, para mantê-la sem perder a rentabilidade", disse o vice-presidente financeiro da TAM, Líbano Barroso.
Segundo ele, o dólar está equilibrado em R$ 2,20 ou R$ 2,10, "o petróleo parece que achou um nível entre US$ 50 e US$ 60" por barril e a companhia já definiu o número de aeronaves para o ano: 132.
Segundo ele, para administrar a demanda, a TAM tem feito "promoções muito disciplinadas" para manter uma média de ocupação fora dos picos.
Barroso lembrou que a TAM já anunciou ter flexibilidade para adequar o nível de oferta de acordo com as oscilações de demanda "voando com mais ou menos aeronaves".
A companhia confirmou ontem ter eliminado alguns níveis hierárquicos, mas negou relação da decisão com qualquer sinal de crise. Segundo David Barioni Neto, presidente da TAM, "na realidade o que fizemos foi uma reestruturação que começou em 2008".
Esse foi, segundo ele, "o último ato dessa reestruturação, não tem a ver com impacto de crise".
Questionado se a companhia faria novas demissões ao longo do ano, o executivo afirmou que "não há previsões futuras para isso", mas ressaltou que a TAM "está acompanhando o mercado em relação à demanda para avaliar".
Em comunicado sobre os cortes, a TAM informou que a vice-presidência de gestão de pessoas e conhecimento, duas diretorias e 17 gerências deixaram de existir, e houve a fusão das vice-presidências técnica e de operações.
No primeiro trimestre a TAM teve receita operacional líquida de R$ 2,64 bilhões, alta de 16,8% sobre os US$ 2,26 bilhões obtidos um ano antes. Já o total de passageiros pagantes nos vôos domésticos e internacionais recuou 3% no trimestre, para 7,325 milhões. A taxa de ocupação caiu 6,1 pontos percentuais, para 67,1%, enquanto a tarifa média geral da TAM subiu 19,4%. Barroso estimou que a taxa de ocupação deve se manter, na média do ano, em 67%.
A TAM informou que os custos com combustíveis diminuíram 17,7%, atingindo R$ 695,1 milhões no primeiro trimestre ante R$ 844,8 milhões nos três primeiros meses de 2008. O recuo foi possível com a queda no preço médio em reais por litro de combustível de 24,8% no período.
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