Sonia Racy

Enquanto se esforça para encontrar algo além do trâmite legal para oferecer aos 4,2 mil funcionários que serão demitidos da Embraer, Frederico Curado, dirigente da fabricante de aviões, sofre desgaste duplo:

1. Teve que escolher mandar alguns embora para poder preservar outros. O inverso do que fez nos últimos cinco anos quando a ex-estatal contratou 10 mil dos atuais 17 mil funcionários.

2. Ter que esclarecer o processo Embraer. Exemplo: "Fazem confusão. Não devemos ao BNDES. Os grandes devedores do banco são os compradores dos aviões financiados", explica. A empresa usa financiamento da instituição só para o pré-embarque, operação de curto prazo.

A fabricante, segundo contou Curado à coluna, viveu o processo da crise na Aviação em 2001. Naquela ocasião teve que dispensar 15% do efetivo. "O mercado se recuperou e, mesmo sem que ninguém nos obrigasse a contratar, foi o fizemos."

Hoje, o mercado sumiu para todos. "Somente a demanda da Aviação executiva caiu... 60% . Um de cada cinco aviões desse tipo está à venda. O que podemos fazer contra isso?", pergunta.

E compara: a Boeing acaba de mandar 10 mil embora e a Cessna, um terço do efetivo. "Não tiveram alternativa, como nós". Amanhã, Curado leva essas explicações ao Tribunal Regional do Trabalho, em Campinas.

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