BRASÍLIA – A Aeronáutica aperfeiçoará o sistema de identificação de aeronaves nos radares dos Centros Integrados de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindactas), que mudarão de cor quando o avião perder o sinal do transponder – equipamento que informa exatamente o ponto onde ele se encontra. A troca da cor da etiqueta que indica a aeronave no radar será mais um alerta para o controlador de tráfego aéreo ficar atento e verificar o que está acontecendo quando o avião sumir da sua tela.
O desligamento inadvertido do transponder do jato Legacy pelos pilotos americanos Joe Lepore e Jan Paladino e o fato de o controlador não ter percebido que ele estava na altitude errada foram determinantes para o choque com o avião da Gol, que vinha em sentido contrário, na mesma altura, em 29 de setembro de 2006. O acidente matou 154 pessoas.
Em decorrência do desastre, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) elaborou 65 recomendações para os diversos setores de aviação civil envolvidos no acidente.
Muitas foram emitidas pouco depois do acidente e já estão em prática. As recomendações serão divulgadas ao público assim que forem apresentadas às famílias das vítimas, amanhã.
A troca imediata da cor das etiquetas no momento em que o transponder for desligado, porém, só começará a funcionar no fim do ano que vem, quando houver modificação do software usado no programa de controle do tráfego aéreo. O Cindacta-4, de Manaus, será o primeiro a receber a melhoria no equipamento.
ATRASOS
Pesquisa da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) constatou que 14,64% dos vôos atrasaram no último semestre deste ano. Os cancelamentos ficaram abaixo dos 3%. A média do mesmo período no ano passado, segundo a pesquisa, ficou em 29,49% em relação aos atrasos de vôos e 6,58% em relação aos cancelamentos. O referencial de atraso adotado é de 30 minutos, parâmetro adotado em maio deste ano.