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Monomotor cai e 3 se ferem

Avião tentou pousar, arremeteu, bateu na fiação elétrica e desabou sobre um galpão na região noroeste de Belo Horizonte. Piloto, co-piloto e o empresário dono da aeronave ficaram feridos no acidente


Bianca Melo

O fazendeiro Bruno Bafili, 78 anos, retornava de uma visita à sua fazenda em Curvelo (MG), quando seu avião monomotor Cessna, modelo 172N, de quatro lugares, caiu no telhado do galpão da Autopeças Monte Rei, no Bairro Jardim Montanhês, na região noroeste de Belo Horizonte. Ele e o co-piloto Hugo Nasson de Almeida e Silva, 24 anos, e o piloto Fábio Francisco dos Santos Júnior, 28, saíram da capital por volta das 7h em direção ao interior. O acidente ocorreu quando os três retornavam, por volta das 13h, na Rua Arthur Haas, movimentada via de comércio de autopeças. Os três ocupantes tiveram ferimentos no rosto e escoriações pelo corpo, mas permaneciam estáveis até o fim da tarde de ontem, segundo informações do Hospital de Pronto Socorro João XXIII.

O trio tentou aterrissar na pista de menos de um quilômetro do Aeroporto Carlos Prates, mas, por motivo desconhecido, a operação não foi bem-sucedida. O avião arremeteu e, descontrolado, bateu na fiação elétrica na frente do galpão, atingindo o telhado e, por pouco, não caindo na cabeça de um dos quatro funcionários que trabalhavam na hora. Os responsáveis pelo aeroporto não quiseram se pronunciar. Vistoria da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) não encontrou vestígio de rodas ou de manobras diferentes na pista do aeroporto, o que leva a considerar a hipótese de a aeronave nem ter tocado o solo.

O tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Marcello Tadeu de Souza Brito mostrou a parede de um galpão anexo, onde funciona uma loja de autopeças, também atingido. “Tijolos desta parede feriram os ocupantes da aeronave e fizeram o pára-brisas estourar.” Os três homens só conseguiram descer com o auxílio de uma escada e de funcionários. Saíram cambaleando, mas andando. “Quando chegamos ao telhado, eles já tinham saído do avião, mas estavam tontos, em estado de choque”, disse um dos voluntários no resgate, Frederico de Oliveira Guimarães, 27 anos.

Medo de explosão

Os bombeiros isolaram o local com medo de que o óleo no tanque ocasionasse uma explosão. Eles retiraram pelo menos 60 litros de combustível do tanque — parte vazou com o choque. Como a fiação foi atingida, os moradores ficaram sem luz até as 17h. Segundo informações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a aeronave prefixo PT-OOB está em dia com os registros no órgão e com seguro válido até junho do ano que vem. O monomotor era de propriedade do fazendeiro desde setembro de 2007.

Segundo o coronel Deusdedit Reis, oficial de segurança de vôo da Força Aérea Brasileira (FAB), ainda é cedo para falar sobre as causas. Uma equipe de perícia da FAB no Rio de Janeiro foi convocada para concluir a investigação do acidente. Só depois dos laudos, o avião será retirado do telhado e a remoção é de responsabilidade do proprietário. Passado o susto, a dona da loja atingida, Rosilene Eustáquia, 36 anos, estava preocupada com a possibilidade de ter prejuízo. “Eu e meu marido trabalhamos aqui e assim sustentamos a família. Na parte atingida pelo avião, tinham muitas peças novas que venderíamos.” Nos 18 anos que a família trabalha na área, é a primeira vez que ocorre um acidente com essas proporções.

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