Participe de uma batalha aérea e saiba como usar os seus ensinamentos no cotidiano profissional



CAROLINA GUERRA

O avião rasga o céu a uma velocidade de 1.800 km/h, quando o sinal de alerta soa no cockpit. Logo atrás, o jato inimigo tenta abatê-lo. Perseguido, o caça vira bruscamente para a esquerda. Em uma fração de segundo, a adrenalina atinge o ápice. As pernas tremem, o coração dispara e as mãos suam.

Outro alarme dispara. Mais um jato se juntou ao inimigo e, agora, ambos tentam derrubá-lo no ar. A única saída para despistá-los é dar um looping. A manobra em um jato de guerra faz a montanha-russa mais rápida do mundo parecer brincadeira de criança. A acrobacia dá certo. Os oponentes, desta vez, estão em desvantagem, e tentam se esconder da sua mira. Em vão. Ao sinal do comandante, você aperta o botão e... fim de jogo.

A cena descrita acima não se passa no Iraque ou em alguma outra zona de conflito. A "batalha" acontece nos céus australianos e, apesar do realismo, é apenas uma diversão organizada pela empresa australiana Jet Fighter. Fundada em 1996, por Rod Hall, um expiloto de aviões comerciais, a companhia organiza combates fictícios com três tipos de aeronaves: um L39 Albatros, dois BAC 167 Strikemaster e um CT4 A Fight Trainer. "Fazemos desde o vôo calmo até os mais radicais", disse Rod Hall à DINHEIRO.

"Como no mundo dos negócios, o piloto encontra limites e oponentes. Nos negócios, o sucesso traz ótimas recompensas. No jato, o limite pode significar a diferença entre a vida e a morte."

UM VÔO DE 40 MINUTOS CUSTA US$ 3,5 MIL

Esse tipo de "brincadeira" serve para treinar executivos e equipes de grandes empresas. É, de certa forma, um modo de pôr os profissionais em situações adversas, de grande pressão e ver como eles saem das ciladas impostas pelos oponentes.

"Vendo pacotes para vários executivos e para equipes de companhias como Toyota e Coca-Cola", diz Hall. Eles voam em avançadas máquinas de combate.

O L39 Albatros é um caça de guerra tcheco que ainda está ativo em diversas forças aéreas ao redor do mundo.

O BAC 167 Strikemaster é o mais rápido de todos, com habilidades de ataque no solo e combates no ar.

Esse avião já foi usado pela Aeronáutica neozelandesa e esteve em ação no Oriente Médio e no norte da África. O último avião, o CT4, não é propriamente um jato, porém foi usado por pilotos da Força Aérea Britânica para treinar seus pilotos.

Os vôos duram de 20 minutos a 40 minutos e custam de US$ 2,3 mil a US$ 3,5 mil, dependendo do avião escolhido. É possível, por exemplo, simular um combate entre dois Strikemasters da mesma forma como faziam Maverick e Ice-Man, os personagens interpretados por Tom Cruise e Val Kilmer no famoso filme Top Gun (1986).

"A emoção supera o medo", conta Hall, que já fez 2,7 mil vôos. Ele admite, contudo, que em toda aventura há sempre uma porcentagem de risco.

"Mas é uma diversão para todas as idades, excluindo crianças de até 14 anos e mais velhos de 80", diz ele.

De qualquer maneira, antes de embarcar nessa viagem, é recomendável fazer uma série de exames médicos e se preparar fisicamente. Afinal, como no mundo dos negócios, as manobras bruscas são para quem tem nervos de aço.

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