O Dia Rio - A “causa exclusiva” para o choque entre o Boeing da Gol e o jato Legacy no dia 29 de setembro, que deixou 154 mortos, foi “a falha do sistema de controle do tráfego aéreo” em garantir que as aeronaves voassem em níveis de altitude diferentes. Essa é a tese defendida em relatório de 134 páginas elaborado pelos advogados José Carlos Dias e Theo Dias, que representam os pilotos do Legacy, Joe Lepore e Jan Paul Paladino. O documento foi entregue dia 10 ao delegado da Polícia Federal Renato Sayão, que preside o inquérito.

Com base em informações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), os advogados apontam que o centro de controle de Brasília “alterou erroneamente” o nível de vôo em sua faixa de dados de 37 mil para 36 mil pés, sem que houvesse autorizado os pilotos americanos a mudar para essa altitude. Já o centro de controle de Manaus teria registrado a alteração sem ter confirmação. O Legacy e o Boeing chocaram-se a 37 mil pés, no norte de Mato Grosso.

Outro trecho traz a informação de que houve diversas falhas em equipamentos do Legacy em testes realizados antes de seu primeiro vôo comercial. Segundo o relatório, uma unidade de gerenciamento de rádio da aeronave foi devolvida à Honeywell, empresa fabricante, após ter sido instalada em outro avião. Esse fato, diz o texto, nunca havia sido revelado pela Embraer (fabricante do jato) à ExcelAire, empresa americana que adquiriu o Legacy. Dias disse que, com isso, “não é possível responsabilizar os pilotos pela causa do acidente por mau gerenciamento dos equipamentos”. “É preciso investigar o quanto isso interferiu nas falhas apresentadas pelo transponder (aparelho que dá a localização exata do avião nos radares).”

O delegado Sayão disse que o relatório “não apresenta documentação suficiente” sobre falhas prévias de aparelhos do jato. “A intenção é isentar os pilotos, mas não é a isso que as investigações estão nos levando.”

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