Pular para o conteúdo principal

Torre e pilotos tentaram contato antes de acidente, aponta relatório

BRASÍLIA (Reuters) - Pilotos e controladores de vôo tentaram sem sucesso vários contatos entre si nos minutos anteriores ao acidente com o Boeing da Gol, o pior desastre aéreo da história do Brasil, informou na quinta-feira um relatório preliminar da Aeronáutica que não aponta culpados.

O relatório apresenta informações básicas sobre os vôos e as comunicações por rádio, mas não tira conclusões a partir de detalhes das caixas-pretas de voz e dados, que ainda serão analisados durante meses.

"Até agora, não tenho uma forma de dizer com exata certeza como os aviões colidiram", disse o coronel Rufino Antônio da Silva Ferreira, presidente da comissão de investigação do acidente com o vôo 1907. "Precisamos ter a mente aberta, não ter noções preconcebidas."

No dia 29 de setembro, um Boeing 737-800 da Gol com 154 pessoas a bordo e um jato executivo Legacy, de fabricação da Embraer e operado pela ExcelAire Service, se chocaram no ar. O Boeing caiu no Mato Grosso, enquanto o Legacy, com sete ocupantes, conseguiu fazer um pouso de emergência em uma base aérea no sul do Pará. Todos os 154 que estavam a bordo do avião da Gol morreram.

Os investigadores tentam descobrir por que nenhum dos contatos teve resposta, apesar de dezenas de tentativas, por que os sistemas anticolisão dos dois aviões não alertaram para a rota de choque e por que ambos voavam nos mesmos 37 mil pés de altitude.

Os advogados dos pilotos do Legacy Joe Lepore e Jan Paladino, cujos passaportes estão retidos desde o acidente, tiveram nesta semana pedido negado pela Justiça para que seus documentos sejam devolvidos.

Parentes das vítimas do acidente entraram com processos nos Estados Unidos contra a ExcelAire e a Honeywell International, empresa que fabricou o transponder (equipamento de comunicação de dados) do Legacy.

Os advogados alegam que os pilotos do Legacy voavam na altitude errada e que há indícios de o transponder não ter funcionado corretamente.

A Honeywell nega que o transponder tenha motivado o acidente. A ExcelAire diz que seus pilotos serão absolvidos, pois cumpriam as instruções do controle de tráfego aéreo.

(Por Andrea Welsh)

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul