Pular para o conteúdo principal

Jato executivo pode ser saída para fábrica da Embraer na China

Governo brasileiro negocia com as autoridades chinesas a autorização para a empresa brasileira produzir no país jatos como o Legacy 650, de olho no mercado executivo local; ideia é que acordo seja anunciado durante a visita de Dilma Rousseff, em abril
 
Renata Veríssimo - O Estado de S.Paulo

 
O governo brasileiro acredita que uma solução para a fábrica da Embraer na China pode ser anunciada durante a visita da presidente Dilma Rousseff em abril. Fonte do governo afirma que a negociação para que a empresa brasileira possa fabricar jatos executivos no país asiático está "bem encaminhada", embora ainda não haja o sinal verde do governo chinês. Desde que receberam a sinalização do primeiro ministro da China, Wen Jiabao, de que a permissão deve ocorrer, os negociadores brasileiros trabalham para que o anúncio seja feito na presença da presidente brasileira, que estará na China entre 9 e 16 abril.

 
A proposta da Embraer foi levada no início deste mês ao premiê chinês pelos ministros das Relações Exteriores, Antonio Patriota, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que estiveram na China para preparar a viagem de Dilma ao País. A fábrica que a Embraer tem em associação com a estatal Aviation Industries of China (Avic), está ociosa. A unidade deveria fabricar o ERJ-145, de 50 lugares, mas as encomendas para esse avião desapareceram no país. Sem novos pedidos, a fábrica corre o risco de fechar.

 
No ano passado, o presidente da Embraer, Frederico Curado, havia dito que o prazo para uma definição em relação ao destino da fábrica seria tomada até este mês de março. "Em março teremos nossa última entrega. Se não vendermos aviões para entregar além de março, aí de fato não teremos atividades", disse o executivo, em entrevista ao Estado, em outubro.

 
Avião maior. A empresa brasileira gostaria de ter autorização para construir um avião maior que o atual. Porém, a China está desenvolvendo os próprios aviões e enxerga na Embraer uma concorrente.

 
A solução que está sendo negociada é permitir que a Embraer produza jatos executivos para atender os milionários chineses. No ano passado, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva enviou uma carta ao governo chinês tratando sobre as dificuldades enfrentadas pela Embraer, mas não teve resposta.

 
A China foi o segundo maior mercado da Embraer em 2010 e respondeu por 9,3% das exportações da empresa, com vendas no valor de US$ 368,4 milhões. O país também é o mercado de aviação que cresce mais rapidamente em todo o mundo. Procurada, a Embraer disse preferir não se manifestar sobre as negociações em curso entre o governo brasileiro e as autoridades chinesas.

 
Internamente, porém, segundo apurou a reportagem, os executivos da companhia avaliam que o mercado chinês de jatos executivos, que está se desregulamentando, é uma possibilidade bem atraente para os negócios da empresa.

 
Se o desfecho proposto pelo governo brasileiro vingar, um dos modelos mais cotados para ser fabricado na unidade chinesa é o Legacy 650, o que mais adapta ao mercado chinês. É um aparelho com 13 lugares, com custo em torno de US$ 30 milhões . O Legacy 650 foi desenvolvido na plataforma do modelo ERJ 135, que pertence à família do ERJ 145, o modelo que a Embraer hoje fabrica na China.

 
A venda de jatos executivos responde por 20% da receita da companhia brasileira e os principais mercados para os modelos que fabrica são os Estados Unidos, a Europa e América Latina. A China seria também uma boa porta de entrada para o mercado asiático. 


Colaborou Marili Ribeiro

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Avião da TAM retorna após decolagem

Jornal do Commercio SÃO PAULO – Um avião da TAM, que partiu de Nova Iorque em direção a São Paulo na noite de anteontem, teve que retornar ao aeroporto de origem devido a uma falha. Segundo a TAM, o voo JJ 8081, com 196 passageiros a bordo, teve que voltar para Nova Iorque devido a uma indicação, no painel, de mau funcionamento de um dos flaps (comandos localizados nas asas) da aeronave. De acordo com a TAM, o avião passou por manutenção corretiva e o voo foi retomado à 1h28 de ontem, com pouso normal em Guarulhos (SP) às 10h38 (horário de Brasília). O voo era previsto para chegar às 6h45. A companhia também informou que seu sistema de check-in nos aeroportos ficou fora do ar na manhã de ontem, provocando atrasos em 40% dos voos. O problema foi corrigido.

Empresa dona de helicóptero que transportava Boechat não podia fazer táxi aéreo e já havia sido multada por atividade irregular, diz Anac

Agência diz que aeronave só podia prestar serviços de reportagem aérea e qualquer outra atividade não poderia ser realizada. Multa foi de R$ 8 mil. Anac abriu investigação. Por  G1 SP A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) afirmou que o helicóptero que caiu na Rodovia Anhanguera no início da tarde desta segunda-feira (11), em que o jornalista Ricardo Boechat e o piloto Ronaldo Quattrucci morreram, não podia fazer táxi aéreo, mas sim prestar serviços de reportagem aérea. Ainda segundo a Anac, a empresa foi multada, em 2011, por atividade irregular. Helicóptero prefixo PT-HPG que se acidentou na Anhanguera — Foto: Matheus Herrera/Arquivo pessoal "A empresa RQ Serviços Aéreos Ltda foi autuada, em 2011, por veicular propaganda oferecendo o serviço de voos panorâmicos em aeronave e por meio de empresa não certificada para a atividade. Essa atividade só pode ser executada por empresas e aeronaves certificadas na modalidade táxi aéreo. A autuação foi definida em R$ 8 mil

A saga das mulheres para comandar um avião comercial

Licenças concedidas a mulheres teêm crescido nos últimos anos, mas ainda a passos lentos. Dificuldades para ingressar neste mercado vão do alto custo da formação ao machismo estrutural Beatriz Jucá | El País Quando Jaqueline Ortolan Arraval, 50 anos, fez a primeira aula experimental de voo, foi mais por curiosidade do que por qualquer pretensão de virar piloto de avião. Era início dos anos 1990 e pouco se via mulheres comandando grandes aeronaves comerciais no Brasil. "Eu achava que não era uma profissão pra mim", conta. Ela trabalhava no setor processual em terra de uma grande companhia aérea, e o contato constante com colegas que estudavam aviação lhe provocaram certo fascínio. Perguntava tanto sobre a experiência de voo que um dia um amigo lhe convidou para acompanhá-lo em uma das aulas. A curiosidade do início se tornou um sonho profissional, e Jaqueline passou a frequentar aeroclubes e trabalhar incessantemente para conseguir pagar as caras aulas de aviação e acumul