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Prova de fogo no JK

Privatização dos aeroportos será testada durante o carnaval. Nos últimos anos, filas e atrasos prevaleceram nos períodos de festas

Rosana Hessel - Correio Braziliense

 
O carnaval será a prova de fogo dos novos operadores de aeroportos privatizados, como o de Brasília. Apesar de ainda haver uma concomitância da gestão entre a Infraero (operadora da União) e a Inframérica (concessionária do aeroporto Juscelino Kubitschek) até o próximo dia 28, na avaliação de quem vive o dia a dia do terminal aéreo brasiliense, o próximo fim de semana determinará se as mudanças estão sendo para melhor.


“Vamos ver como é que a nova operadora irá se sair neste feriadão”, comentou o agente de viagens Rodrigo Benedetti, 34 anos. Para ele, “é visível que os novos operadores estão preocupados com a qualidade do atendimento aos usuários. Antes, a gente não via tanto cuidado como estou vendo agora”, disse.


O que mais tem chamado a atenção de Benedetti são as funcionárias da  Inframérica com tablets nas mãos andando pelo aeroporto e anotando os problemas que elas observam.

Reforço nas equipes
 

Porta-vozes da operadora privada dizem que a prova de fogo “já foi enfrentada, no fim de 2012”, e tudo correu “dentro da normalidade”. A companhia espera um aumento de 3,5% na movimentação no terminal de Brasília durante as festas de momo. No ano passado, 200 mil passageiros passaram pelo aeroporto na mesma época.

O advogado e especialista no setor Robertson Emerenciano, sócio do escritório Emerenciano, Baggio e Associados, acredita que o movimento deverá ser mais tranquilo que em anos anteriores. 


“Como em todo período de pico, pode ter uma ou outra situação, mas pontual. Não houve caos aéreo no fim de ano e acredito que neste carnaval será tudo normal, se não houver pane de sistema”, afirmou, lembrando que não há greve anunciada para este fim de semana, o que é bastante positivo.

A Infraero espera um movimento de 2,4 milhões de passageiros entre a próxima sexta-feira e a quarta-feira de Cinzas nos 63 aeroportos que administra, excluindo os concedidos (Brasília, Cumbica e Viracopos). Esse volume é 11,5% maior do que o registrado em 2012. A estatal informou que o plano de ação para este período contará “com o reforço das equipes de segurança e de operações, por meio do remanejamento das escalas de trabalho, além de manutenções preventivas em equipamentos, como esteiras e escadas rolantes”.


Novas regras
 

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Secretaria de Aviação Civil (Sac) abriram neste mês duas consultas públicas para a elaboração das novas regras que vão regulamentar a operação dos aeroportos nacionais e de Congonhas (SP), respectivamente. As principais alterações propostas prevêem um novo formato para a distribuição dos slots (espaços de tempo para pouso e decolagem).

Quem descumprir as novas determinações e não operar 90% dos voos dentro do horário, perderá os slots e ainda pagará multas. “Para o passageiro, essas mudanças serão benéficas. As empresas terão de ser mais eficientes”, disse Robertson Emerenciano. “Essa nova distribuição permitirá a entrada de novas empresas no mercado, e sempre que há concorrência maior, o consumidor é que sai ganhando”, emendou.


A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), entidade que representa 99% do mercado doméstico, avalia a consulta pública como positiva. “Essa discussão, com transparência e participação efetiva dos atores envolvidos, é fundamental para não colocar em risco a universalização do transporte aéreo e as contribuições do setor para o desenvolvimento do país”, informou, por meio de nota.

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