Ideia é ligá-lo à futura estação de monotrilho, e obra é argumento da Infraero para que saguão não seja tombado
Conselho do patrimônio histórico discute o tombamento de parte do aeroporto, o que dificultaria expansão
VANESSA CORREA
RICARDO GALLO
FOLHA DE SP - DE SÃO PAULO
O Metrô planeja construir um acesso dentro do saguão do aeroporto de Congonhas (zona sul), para ligá-lo a uma futura estação de monotrilho a ser erguida no entorno.
O acesso, que poderia ser subterrâneo ou elevado, conectaria o aeroporto à estação Congonhas, da linha 17-ouro, que o Metrô quer entregar parcialmente até 2014.
O plano foi informado ontem pela Infraero (estatal que gere aeroportos) ao Conpresp (conselho municipal de patrimônio histórico).
A localização exata da estação ainda será definida, segundo Sergio Avelleda, presidente do Metrô. Inicialmente, ela ficaria na av. Washington Luís, em frente a Congonhas, mas o conselho vetou.
O conselho discute se tomba algumas construções do aeroporto, o que obrigaria a Infraero a submeter ao órgão qualquer intervenção.
O futuro acesso do metrô foi um dos argumentos usados pela Infraero para evitar o tombamento do saguão.
A estatal justificou ao Conpresp que, a depender da extensão, o tombamento engessaria planos de ampliação do aeroporto.
Técnicos do Metrô estiveram no aeroporto para ver o saguão e se reuniram com a estatal há pouco mais de um mês para falar do tema, segundo apurou a Folha.
Congonhas, inaugurado em 1936, tem painéis de artistas consagrados e elementos arquitetônicos art decó. O conselho abriu processo de tombamento em 2004.
Na reunião com o conselho, a Infraero apontou outras duas áreas que serão objeto de obras e que, hoje, estão dentro ou próximos àquelas que o Conpresp estuda tombar.
Uma delas fica na ala norte do embarque de passageiros, ao lado do check-in da TAM. A estatal planeja colocar mais 30 balcões de check-in em área usada até um ano atrás pela Aeronáutica.
O aeroporto também tenta evitar o congelamento dos galpões da antiga Vasp - a ideia é demoli-los para ampliar o pátio de manobra dos aviões.
Ainda não há prazos para execução das obras. Antes, é preciso resolver a questão do tombamento com o Conpresp e atualizar o Plano Diretor do aeroporto.