Taxa será cobrada em conexões de voos. Ideia é tornar terminais mais atraentes
 

Geralda Doca
Luiz Ernesto Magalhães* - O Globo

BRASÍLIA. O governo vai criar uma tarifa de conexão para tornar os aeroportos mais atraentes ao setor privado. Atualmente, o usuário só paga uma taxa de embarque no terminal de origem, independentemente do número de paradas até o destino final. Segundo o ministro Wagner Bittencourt, da Secretaria de Aviação Civil (SAC), a medida é necessária porque, com a concessão de Guarulhos, Brasília e Viracopos (Campinas), a Infraero deixará de ser o único administrador aeroportuário do país.


- Vamos fazer um ajuste nas tarifas - disse o ministro ao participar de seminário sobre infraestrutura aeroportuária, do Tribunal de Contas da União.


A medida terá impacto em aeroportos que funcionam como hubs (centros de distribuição de rotas), como Brasília, por exemplo, onde é comum o passageiro aguardar pela conexão por mais de quatro horas.


Segundo técnicos envolvidos nas discussões, o valor da tarifa está sendo definido no processo de modelagem das concessões. A conta deverá ser paga pelas empresas que escolhem as conexões na hora de montar a malha aérea e/ou sobrar para o passageiro, com o repasse do custo adicional para os bilhetes.


Bittencourt, no entanto, disse que a concessão não implicará em aumento das tarifas aeroportuárias. Durante o evento do TCU, ele reafirmou a data do leilão dos três aeroportos no dia 22 de dezembro e a entrega dos terminais ao gestor privado em fevereiro - embora especialistas dentro e fora do governo não considerem a data factível.


No seminário, o coordenador de Infraestrutura Econômica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Carlos Campos, voltou a criticar a política de investimentos da Infraero para a Copa de 2014. Campos argumentou que a experiência do passado mostra que quatro anos é um prazo muito apertado para concluir todas as melhorias necessárias. Na previsão do Ipea, dez dos 13 aeroportos podem não ficar prontos. As exceções seriam os aeroportos Tom Jobim, de Recife e Curitiba. 


(*) Enviado especial

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