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Embraer fará jatos Legacy na China

Com a autorização concedida pelo governo chinês para a produção do novo modelo, empresa evitará o fechamento da fábrica no país

Cláudia Trevisan 

CORRESPONDENTE e 
Vera Rosa 
ENVIADA ESPECIAL / PEQUIM - O Estado de S.Paulo
 
A Embraer fechou acordo para produzir na China o jato executivo Legacy, o que evitará o fechamento da fábrica que a companhia possui desde 2002 na cidade de Harbin, em parceria com a estatal Avic. A empresa brasileira obteve ainda a liberação da venda de dez modelos E-190 que havia sido fechada em janeiro, mas dependia das autoridades de Pequim para ser efetivada.

 
As decisões deverão ser anunciadas hoje pela presidente Dilma Rousseff . Segundo fontes do governo, a encomenda poderá ser ampliada para 35 unidades, com a divulgação, ainda hoje, da venda de mais 25 jatos E-190. Com capacidade para até 120 lugares, essas aeronaves fabricadas em São José dos Campos são o produto de maior sucesso da companhia brasileira.

 
Manter as operações da Embraer na China era um dos principais objetivos da visita de Dilma ao país. A empresa gostaria de fabricar o E-190 em Harbin, mas diante da resistência do governo de Pequim acabou propondo a montagem dos jatos executivos, que têm mercado incipiente na China. Até hoje, a Embraer já vendeu três Legacy e um Lineage a clientes chineses, com preços de US$ 30,5 milhões e US$ 50,5 milhões, respectivamente.

 
A fábrica de Harbin produz atualmente o avião de pequeno porte ERJ-145, cujas duas últimas encomendas serão entregues no fim deste mês. Esse modelo não encontra mais demanda no mercado local e a fábrica seria fechada se não se chegasse a uma solução na visita de Dilma.

 
Além de definir a questão do investimento da Embraer no país, o governo brasileiro também quer obter garantias de que os contratos de exportação assinados pela empresa com clientes chineses sejam cumpridos.

 
Essas operações dependem de licenças de importação, o que dá ao governo chinês poder para interferir nas decisões de compra das companhias aéreas e vetar operações que considere contrárias a seus interesses.

 
A Embraer é a principal companhia do mercado de aviação regional da China e já vendeu ao país 65 jatos E-190 fabricados no Brasil. Desses, 38 foram entregues, mas os restantes 27 dependem das licenças de importação. Se não forem concedidas, os contratos não serão cumpridos. A China se tornou em 2009 o segundo mercado da Embraer, atrás apenas dos EUA. Os embarques de aviões para o país asiático somaram US$ 348,65 milhões naquele ano e atingiram US$ 368,4 milhões em 2010.

 
O mercado de aviação da China é o que mais cresce no mundo e analistas estimam que o país vá comprar entre 800 e 900 aeronaves com menos de 120 lugares nos próximos 20 anos. O problema é que a China começará a competir com o próprio avião regional, o ARJ21, de 70 a 90 lugares - concorrente direto do E-190. As primeiras aeronaves deven ser entregues neste ano.

 
Analistas afirmam que há lugar para todos, pois a China sozinha não será capaz de atender a demanda. Mas o governo de Pequim pratica uma política industrial agressiva, que prioriza as empresas nacionais ou produtos fabricados no país. 


Outro fator que turva o horizonte da Embraer na China é o acordo de cooperação estratégica de longo prazo entre a fabricante do avião regional chinês, a Comac, e a canadense Bombardier, principal rival da companhia brasileira.
 
A jato
 

US$ 348 mi foram vendidos pela Embraer à China em 2009
US$ 368 mi foram vendidos em 2010

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