DA REUTERS, EM MADRI 

Somente o setor de turismo pode ter perdido até 350 milhões de euros (cerca de R$ 792 milhões) com a paralisação de mais de 20 horas no tráfego aéreo espanhol entre sexta-feira (3) e sábado (4), aponta a imprensa espanhola.


Não há estimativas oficiais, mas jornais locais dizem que a greve pode ter custado também ao menos 100 milhões de euros (cerca de R$ 226 milhões) às companhias aéreas. 

A greve dos controladores paralisou aeroportos e afetou mais de 650 mil passageiros depois que o governo aprovou novas regras de regulação de seus horários de trabalho e também acertou a venda parcial da agência de aviação civil espanhola, a Aena. 

"É muito cedo para determinar o custo da paralisação", afirmou um porta-voz da Aena neste domingo. 

Para por fim ao movimento, o primeiro-ministro Jose Luis Rodriguez Zapatero declarou o primeiro estado de emergência desde o fim da ditadura do general Francisco Franco, em 1975. 

A imagem de soldados assumindo o controle das torres serão um ponto de constrangimento para Zapatero, apenas dias depois de ele ter anunciado planos para levantar cerca de 9 bilhões de euros com a venda de 49% da Aena.

Vários controladores de voo disseram que foram conduzidos de volta ao trabalho por policiais armados e que sofreram ameaças de prisão caso não retomassem suas funções. 

Se até a oposição está hesitante em criticar os socialistas pela forma como lidaram com a greve, ela fará pouco para mudar a percepção de um governo fraco, que só age quando sob extrema pressão. 

Altas de impostos, cortes de gastos e propostas de reformas abalaram o apoio popular aos socialistas. A última pesquisa de opinião mostrou que esse apoio caiu ao menor patamar da era democrática moderna.

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