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Redes sociais chegam aos voos

Barbara S. Peterson The New York Times

Em um voo de Newark, Nova Jersey, com destino a Costa Oeste pouco tempo atrás, Jeff Jarvis, autor do livro What would Google do? (O que o Google faria?) começou a conversar com um passageiro sobre o seu trabalho. Entretanto, não foi um conversa cara a cara. Ao contrário, começou com uma troca de mensagens no Twitter no portão de embarque.

Quando o avião aterrissou, lembra Jarvis, a conversa prosseguiu. "Era como se alguém o reconhecesse e viesse até você para falar 'oi' no voo", conta.

Jarvis diz que isso o fez lembrar os dias em que passageiros podiam socializar nas poltronas da aeronave, "só que agora está acontecendo digitalmente." Telefones móveis e laptops não são mais ferramentas para manter contato só com o escritório e a casa. Como Jarvis confirma, um número crescente de pessoas está usando aparelhos móveis para criar uma comunidade informal de passageiros em aeroportos e voos. Linhas áreas e provedores de mídia social estão se unindo para atender às demandas.

As linhas aéreas estão reforçando presença em canais de redes, e grupos de passageiros como o FlyerTalk.com criaram novos aplicativos que permitem que os membros se encontrem durante a viagem.

Aqueles que viajam a negócios podem usar os serviços para compartilhar táxis até o aeroporto, trocar dicas ou localizar os colegas na mesma cidade. Como Jarvis apontou, "encontrar uma pessoa com as mesmas ideias que você para viajar junto diminui as chances de nos prender ao lado de um palhaço tagarela" em uma viagem longa.

A crescente disponibilidade de Wi-Fi em aeroportos e aviões possibilitou a troca de informações nas viagens. Uma pesquisa em 84 dos maiores aeroportos do mundo pelo Conselho Internacional dos Aeroportos no início do ano concluiu que 96% ofereciam conexão Wi-Fi, e 73% apresentavam conexão nos terminais. Cerca de 45% ofereciam o serviço de modo gratuito; o resto cobra uma média de US$ 8 a hora.

Mais de 10 linhas aéreas na América do Norte, incluindo American, Delta e Southwest, estão instalando redes nos aviões para o acesso à internet, e importantes linhas aéreas estrangeiras como a Lufthansa estão introduzindo uma nova tecnologia que permitirá que os clientes se conectem em voos transoceânicos. Ligações ainda são proibidas na maioria dos voos, embora muitas linhas aéreas, incluindo a Emirates, estão fazendo testes em viagens mais curtas.

Até 1.200 linhas aéreas comerciais nos Estados Unidos terão Wi-Fi disponível até o final do ano, de acordo com Chris Babb, gerente de produto de entretenimento em voos da Delta Air Lines. 

– É um mundo bem diferente se comparado a um ano atrás – conta, lembrando que em um voo recente trocou e-mails com alguns colegas passageiros.

E a Virgin America, que instalou acesso à internet em toda a frota de 28 aviões, diz que metade dos passageiros trazia laptops e de 17% a 20% ficavam on-line em qualquer momento.

Em voos longos, quase um terço dos passageiros fica conectado. A maioria das linhas áreas cobra uma taxa pelo serviço, de US$ 5 a US$ 13.

Alguns passageiros podem lamentar a perda do último refúgio devido a invasões aos e-mails.

Mas os benefícios de estar conectado se tornaram claros alguns meses atrás durante a erupção do vulcão islandês que cancelou milhares de voos europeus. Facebook e Twitter criaram sites para turistas desamparados, que trocavam ideias e ofereciam viagens a terminais ferroviários, e o Twitter tinha sua própria corrente de tópicos.

Tradução: Maíra Mello - Jornal do Brasil

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