Tiago Pariz, do G1, em Brasília
O ministro da Defesa, Waldir Pires, afirmou nesta terça-feira (12) que a Aeronáutica errou ao não dar atenção especial à manutenção do equipamento de controle do tráfego aéreo. O ministro descartou que a causa dos problemas seja a escassez de recursos orçamentários.
"Houve um problema na gestão de manutenção que a Aeronáutica já está corrigindo (...) Não houve falta de recursos, não é preciso pedir mais dinheiro para o governo e não é preciso uma medida provisória (para liberar os recursos)”, afirmou o ministro em entrevista no Palácio do Planalto.
Waldir Pires aproveitou para rebater a entrevista do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes. Após uma audiência no Ministério da Defesa, Nardes citou Pires para dizer que a solução da crise passa por fé e por um pouco de oração.
O ministro da Defesa afirmou que houve um mal entendido no relato e acusou Nardes de antiético. “Fiquei surpreso com a declaração. Houve falta de ética na relação institucional com o Tribunal de Contas”, afirmou Pires.
Nardes reuniu-se com Pires na segunda-feira (11) para tratar das explicações do governo sobre a crise. Pires teria dito ao ministro do TCU que havia um problema administrativo e de gestão, sem ligação com redução dos recursos federais para a administração da Aeronáutica.
Augusto Nardes é relator da auditoria que o Tribunal realizou nos órgãos do setor aéreo. Ele disse que houve má aplicação de recursos, corte de investimento e falta de funcionários que levaram à crise.
Pires voltou a manifestar que o tráfego aéreo das festas de final de ano “transcorrerá sem maiores problemas”. “Estamos tomando todas as medidas, multiplicando o efetivo de controladores. Estamos recuperando o serviço. O Natal vai transcorrer tudo bem”, afirmou.
"Ao ministro do TCU, fiz esse relato e mencionei (Deus) no sentido de que nós estamos fazendo medidas (sic). Sou um homem cristão, nós cumprimos nosso dever e fazemos o que é possível. E se Deus nos ajuda muito melhor”, explicou. “Não é transmiti essa idéia como se fosse leviano. Isso é falta de ética na relação institucional”, acrescentou.
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