Nova investigação será feita para responsabilizar culpados. Ministro reconhece que não há efeito prático imediato.
Mirella D'Elia, do G1, em Brasília
O ministro Augusto Nardes, relator da auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no setor aéreo, responsabilizou o Governo pelo caos na aviação e voltou a dizer que o corte de recursos nos últimos anos foi um dos principais causadores da crise. Nardes disse que o ministério da Defesa e do Planejamento já tinham sido alertados pela Aeronáutica em 2004 do perigo que a falta de recursos poderia acarretar. Segundo ele, nos últimos três anos, houve corte e contingenciamento de verbas de R$ 522 milhões. Ele também apresentou dados do relatório, segundo os quais a Infraero teria deixado de repassar R$ 582 milhões para a Aeronáutica em seis anos. “A responsabilidade foi do Governo, por falta de investimentos em transporte, sem critérios e avaliação mais profunda do que deve ser cortado”, afirmou o relator.
“Houve responsabilidade por parte da Casa Civil, que tomou a decisão de fazer um contingenciamento linear. Mas, em alguns casos não dá para fazer isso. Não houve essa avaliação de forma adequada”, complementou o ministro do TCU.
Troca de farpas
Nardes rebateu as declarações do ministro da Defesa, Waldir Pires, que negou mais uma vez, nesta terça-feira (12), que o caos do setor esteja relacionado à falta de recursos. Na avaliação de Pires, o estopim para a crise foi a falta de manutenção. “Falta de manutenção se faz com dinheiro, não se tem manutenção se não tiver recursos financeiros, os números demonstram isso. Está claro que a questão financeira foi um dos pontos principais [para causar a crise]”, disse. A troca de farpas entre TCU e ministério da Defesa começou nesta segunda-feira (11), quando Nardes reproduziu trecho de uma conversa com Pires, em que, segundo o ministro do TCU, Pires teria dito que seria necessário “fé e um pouco de reza” para que haja tranqüilidade nos aeroportos do país nas festas de fim de ano. Pires reagiu, dizendo que teria faltado ética por parte do integrante do TCU. “Não falhei na questão institucional, fiz um comentário positivo. Ele falou de rezar, sou uma pessoa católica, rezar faz parte da minha vida. É bom ter fé e fazer obras”, rebateu Nardes, de forma irônica.
Efeito prático não é imediatoO ministro Augusto Nardes reconheceu que, apesar da auditoria feita pelo TCU no ministério da Defesa, no Comando da Aeronáutica, na Infraero e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não há efeito prático imediato.Segundo ele, somente após uma segunda auditoria, mais profunda, poderá ser possível identificar e punir os responsáveis pela crise no setor aéreo. Entre as penalidades que podem ser aplicadas, segundo ele, estão multas. A segunda etapa da investigação deverá ser feita no ano que vem.“Todos os ministros destacaram que houve pouco tempo, mas já deu para constatar que houve falhas graves”, disse.A auditoria do TCU foi feita em dez dias. O resultado foi encaminhado ao Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (MPF), e aos envolvidos, como Casa Civil, Planejamento, Defesa e Fazenda. “Fiz o que pude em dez dias. Prestamos um grande serviço para a sociedade brasileira, fizemos nossa parte”, declarou o relator.O tribunal faz uma série de sugestões no relatório, entre elas que a Casa Civil coordene as atividades de transportes do país.
Mirella D'Elia, do G1, em Brasília
O ministro Augusto Nardes, relator da auditoria feita pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no setor aéreo, responsabilizou o Governo pelo caos na aviação e voltou a dizer que o corte de recursos nos últimos anos foi um dos principais causadores da crise. Nardes disse que o ministério da Defesa e do Planejamento já tinham sido alertados pela Aeronáutica em 2004 do perigo que a falta de recursos poderia acarretar. Segundo ele, nos últimos três anos, houve corte e contingenciamento de verbas de R$ 522 milhões. Ele também apresentou dados do relatório, segundo os quais a Infraero teria deixado de repassar R$ 582 milhões para a Aeronáutica em seis anos. “A responsabilidade foi do Governo, por falta de investimentos em transporte, sem critérios e avaliação mais profunda do que deve ser cortado”, afirmou o relator.
“Houve responsabilidade por parte da Casa Civil, que tomou a decisão de fazer um contingenciamento linear. Mas, em alguns casos não dá para fazer isso. Não houve essa avaliação de forma adequada”, complementou o ministro do TCU.
Troca de farpas
Nardes rebateu as declarações do ministro da Defesa, Waldir Pires, que negou mais uma vez, nesta terça-feira (12), que o caos do setor esteja relacionado à falta de recursos. Na avaliação de Pires, o estopim para a crise foi a falta de manutenção. “Falta de manutenção se faz com dinheiro, não se tem manutenção se não tiver recursos financeiros, os números demonstram isso. Está claro que a questão financeira foi um dos pontos principais [para causar a crise]”, disse. A troca de farpas entre TCU e ministério da Defesa começou nesta segunda-feira (11), quando Nardes reproduziu trecho de uma conversa com Pires, em que, segundo o ministro do TCU, Pires teria dito que seria necessário “fé e um pouco de reza” para que haja tranqüilidade nos aeroportos do país nas festas de fim de ano. Pires reagiu, dizendo que teria faltado ética por parte do integrante do TCU. “Não falhei na questão institucional, fiz um comentário positivo. Ele falou de rezar, sou uma pessoa católica, rezar faz parte da minha vida. É bom ter fé e fazer obras”, rebateu Nardes, de forma irônica.
Efeito prático não é imediatoO ministro Augusto Nardes reconheceu que, apesar da auditoria feita pelo TCU no ministério da Defesa, no Comando da Aeronáutica, na Infraero e na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), não há efeito prático imediato.Segundo ele, somente após uma segunda auditoria, mais profunda, poderá ser possível identificar e punir os responsáveis pela crise no setor aéreo. Entre as penalidades que podem ser aplicadas, segundo ele, estão multas. A segunda etapa da investigação deverá ser feita no ano que vem.“Todos os ministros destacaram que houve pouco tempo, mas já deu para constatar que houve falhas graves”, disse.A auditoria do TCU foi feita em dez dias. O resultado foi encaminhado ao Congresso Nacional, ao Ministério Público Federal (MPF), e aos envolvidos, como Casa Civil, Planejamento, Defesa e Fazenda. “Fiz o que pude em dez dias. Prestamos um grande serviço para a sociedade brasileira, fizemos nossa parte”, declarou o relator.O tribunal faz uma série de sugestões no relatório, entre elas que a Casa Civil coordene as atividades de transportes do país.
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