com Folha de S.Paulo

A forte oscilação cambial no final de 2008 que vitimou várias empresas brasileiras não deixou a TAM incólume: a companhia área anunciou perdas da ordem de R$ 1,36 bilhão no ano passado, ante um lucro líquido de R$ 505 milhões no exercício de 2007. O principal motivo foram as operações de hedge (proteção) de combustível e pela valorização do dólar ante o real.

As perdas foram concentradas principalmente no quarto trimestre, quando a companhia área teve perdas de R$ 1,12 bilhão, ante um lucro de R$ 118,5 milhões no trimestre final de 2007.

O lado financeiro foi a principal origem do prejuízo da companhia. No quarto trimestre, a TAM registrou uma despesa financeira líquida (já descontadas as receitas com aplicações financeiras) de R$ 1,963 bilhão, com o impacto das variações cambiais calculado em R$ 815 milhões. No exercício de 2007, a companhia havia registrado uma receita financeira líquida (que superava as despesas) em R$ 46,2 milhões no último trimestre de 2007.

A receita operacional líquida totalizou R$ 2,92 bilhões no quarto trimestre, em um incremento de 28,2% sobre o último trimestre de 2007.

"Atingimos excelentes resultados operacionais no ano passado e o nosso caixa é bastante robusto. O ano de 2009 é certamente desafiador, mas acreditamos na recuperação do mercado no final do ano e estaremos bem posicionados para atendê-lo", afirma David Barioni Neto, presidente da TAM, em nota.

Demanda

O relatório da TAM destaca descompasso entre a evolução da demanda, que cresceu apenas 0,3% no quarto trimestre do ano passado em relação a igual período de 2007, e a da oferta, que aumentou 10,2%. Com isso, a taxa de ocupação das aeronaves ficou em 63,7%. Nos últimos três meses do ano anterior, haviam sido 70,4%.

O mercado internacional, ainda segundo o comunicado da TAM, apresentou crescimento na demanda de 0,9% e de 4,5% na oferta das companhias aéreas brasileiras. Com isso, a taxa de ocupação baixou de 70,9% para 68,5%, quando se comparam os números dos últimos trimestres de 2007 e 2008, respectivamente.

Para 2009, a TAM prevê que o ritmo de crescimento do mercado vá diminuir. Em vez da faixa de 5% a 9%, a demanda deve se acomodar na faixa de 1% a 5%.

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