Cliente da Aerolíneas Argentinas reclamou, em rede social, que aeromoças da empresa são todas ‘baixas e gordas’. Em resposta, companhia rebateu: ‘preconceito deixamos em terra’
O Globo
RIO - O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) no Brasil classificou como “preconceituosa” a crítica feita por um passageiro da companhia aérea Aerolíneas Argentinas, que usou a página da empresa no Facebook para criticar a aparência de suas comissárias de bordo. Ele escreveu: “O que mais me chama a atenção é o baixo nível das comissárias da empresa. Antigamente eram altas, esbeltas e impunham respeito. Hoje são todas baixas e gordas e deixam muito a desejar a respeito do voo”. Em resposta, a empresa rebateu os argumentos do consumidor, com um post feito abaixo da publicação, explicando os critérios de contratação e finalizando em grande estilo: “Os preconceitos não saem para voar. Nós os deixamos em terra. Saudações”.
Portal de notícias argentino reproduziu publicação - DIVULGAÇÃO / REPRODUÇÃO/FACEBOOK
O diálogo foi apagado da rede social, mas uma imagem de reprodução divulgada por um portal de notícias argentino mostra que a resposta acumulava, em duas horas, 584 curtidas, enquanto a crítica do cliente apenas 63. Procurado pelo GLOBO para comentar o assunto, o SNA, por meio do comandante Rodrigo Spader, seu secretário-geral, disse, em nota, que considera a postura do consumidor preconceituosa. E acrescentou: “a aparência física não interfere em nada no que realmente importa, que é o profissionalismo e a capacidade do tripulante de exercer sua função. Seja na Argentina, no Brasil ou em qualquer país, as companhias aéreas não podem e não devem ter nenhuma preocupação quanto a padrões de beleza de seus tripulantes, mas sim quanto à segurança e à qualidade dos serviços prestados”.
A mensagem da Aerolíneas explica, ainda, os critérios de contratação de empresa:
"Estes são os requisitos para ser tripulante da cabine:
- Ser maior de 18 anos
- Altura: mulheres 1,63 a 1,75 - homens 1,70 a 1,85
- Nacionalidade argentina
- 2º grau completo
- Licença de TCP (certificação para ser comissário)
- Domínio do idioma inglês
- saber nadar”
Procuradas para comentar o episódio, das maiores empresas aéreas brasileiras apenas a Azul se manifestou. Disse, em nota, que repudia qualquer forma de preconceito, apesar de não falar, especificamente, sobre ações de outras companhias.