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05 julho 2010

Lufthansa acelera entrega de jatos da Embraer

Alberto Komatsu, Valor, de São Paulo

As boas perspectivas de recuperação do transporte aéreo de passageiros e o processo de reestruturação da alemã Lufthansa, que tem investido na aviação regional, vão fazer com que ela acelere o recebimento de 11 jatos da Embraer. A entrega desses aviões estava prevista para até o fim de 2011. 

Quem revela a a nova estratégia da Lufthansa é o seu diretor financeiro, Stephan Gemkow, em sua primeira visita ao Brasil. O pedido integral à fabricante brasileira, feito em meados de junho de 2007, é de 30 aviões, sendo que 19 já estão operando em sua frota, de 549 aeronaves - mais do que o dobro do total de aviões da TAM e da Gol juntas. Todos os jatos serão operados pela Lufthansa Cityline, subsidiária de voos regionais. São modelos Embraer 190 e 195, para cerca de 100 passageiros.

Durante entrevista ao Valor, na sexta-feira, Gemkow vestia a camisa da seleção brasileira e deixou aberta a possibilidade de estudar eventual aquisição no país, ao ser questionado se a Lufthansa poderia protagonizar um processo de consolidação no Brasil. Tramita na Câmara Federal projeto de lei que aumenta o limite de capital estrangeiro em companhia aérea nacional de 20% para 49%.

"Em primeiro lugar, devemos sair do prejuízo causado pelas aquisições que já fizemos, fazendo a digestão dessas empresas. Nosso mercado chave é a Europa, onde encontramos o caminho da consolidação. No exterior, temos parcerias, mas temos de estudar o desenvolvimento de outras regiões para podermos verificar se será possível a ampliação dessa estratégia (de compras) em outras regiões", disse o executivo, que ocupa uma cadeira no conselho de administração da companhia.

Ele se referiu às recentes aquisições de empresas como Austrian Airlines e e a britânica BMI, que foram incorporadas no terceiro trimestre do ano passado.

Gemkow disse que neste ano a Lufthansa deverá reverter o quadro vivido em 2009, quando o faturamento caiu 10% (para € 22,3 bilhões). Em 2010, a previsão é de expansão de até 5%. De acordo com ele, parte da recuperação financeira da Lufthansa será possível por meio dos bons resultados de outros serviços da companhia, excluindo sua atividade principal. Atualmente, tudo o que não é o transporte de passageiros para a empresa já responde por 30% do seu faturamento.

"A Lufthansa é um grupo constituído de diversas subsidiárias em diferentes áreas. Assim foi possível ter uma chance de equilibrar nossos resultados, com lucros de outras divisões", afirma Gemkow. 

Ele diz que entre outras áreas consideradas como outros serviços estão o transporte de cargas (Lufthansa Cargo) e LSG Sky Chefs, que faz refeições de bordo.

Atualmente a Lufthansa tem um voo diário entre São Paulo e Frankfurt e cinco frequências semanais para Munique. Com a Swiss, controlada por ela, são mais sete voos por semana entre a capital paulista e Zurique. No mundo, atende 254 destinos em 101 países.

A Lufthansa considera retomar voos para a Alemanha a partir do Rio de Janeiro. Essa rota foi suspensa há cinco anos. Mesmo assim, um terço dos passageiros transportados pela empresa a partir do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em 2009, era do Rio. O total de passagens vendidas no Rio cresceu 26% na comparação com 2008.

"Estamos estudando, com certeza. O Rio é um destino interessante, mas não temos uma decisão definitiva", disse Gemkow, antes do jogo que desclassificou a seleção brasileira da Copa do Mundo de Futebol. Ele apostava numa final de Copa entre o Brasil e a Alemanha. Pena que o executivo não acertou o palpite.

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