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Em Cuiabá, aeroporto é desastre anunciado

Anselmo Carvalho Pinto - O Globo

CUIABÁ. A organização da Copa de 2014 em Mato Grosso está tão empolgada com a evolução das obras do novo Estádio Verdão que vai pleitear a inclusão da cidade como sede da Copa das Confederações, em 2013. A maior preocupação é com o Aeroporto Marechal Rondon, que opera no limite e sem perspectiva de grandes ampliações.

A construção da chamada Arena Multiuso Verdão, no mesmo terreno onde ficava o antigo, está dentro do cronograma estipulado pelo governo, que financia a obra.

- Estamos adiantados. Na verdade, a derrubada foi rápida. E já entramos na parte final da remoção dos resíduos e iniciando o aterramento - explica Carlos Brito, diretor de Infraestrutura da Agecopa, a agência pública criada para gerir os recursos visando à Copa de 2014. O governo garante que o estádio estará pronto em dezembro de 2012.

Orçado inicialmente em R$342 milhões, o novo Verdão terá capacidade para 43.136 pessoas. O valor não contempla os telões, os assentos e o sistema de tecnologia de informação - itens que serão definidos apenas depois da licitação para escolha da administradora do complexo.

O projeto prevê, atrás dos gols, a instalação de duas arquibancadas removíveis, que, retiradas, podem reduzir a capacidade para 28 mil lugares. O governo quer construir uma arena ecologicamente correta, com sistema de reaproveitamento da água da chuva, aquecedores solares e equipamentos de combate às ilhas de calor.

Já o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, na área metropolitana, está operando no limite desde o ano passado. Uma reforma iniciada em 2003 não foi concluída devido a irregularidades na aplicação dos recursos.

Atualmente, o desembarque é feito num salão improvisado no térreo do prédio da Infraero, numa área de 700 metros quadrados. O aeroporto conta apenas com duas esteiras, o que torna a restituição da bagagem um transtorno.

O Marechal Rondon opera 42 voos regulares diários de seis companhias. A capacidade de passageiros, segundo a Infraero, é de 1,6 milhão ao ano. O terminal tem 3.354 metros quadrados, 19 vezes menor do que o Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Porém, o movimento anual é apenas oito vezes menor.

Em nota, a Infraero informou que já publicou o edital de licitação para a instalação do Módulo Operacional, estrutura provisória, batizada por críticos de "puxadinho". Serão investidos R$ 2,7 milhões, e a obra deve ficar pronta no início de 2011. Para 2014, a estatal anunciou investimento de R$85 milhões. A promessa é de construir mais seis esteiras, seis fingers e ampliar o estacionamento, que tem 260 vagas.

- O Aeroporto Marechal Rondon corre o risco de ser o grande mico da Copa do Mundo de 2014. Quando a reforma estiver concluída, em 2014, o terminal já vai estar estrangulado, na sua capacidade máxima - critica Oiram Gutierrez, presidente da associação que reúne as agências de turismo de Mato Grosso.

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