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05 abril 2010

EUA fecham o cerco nos aeroportos

Aparência e religião estão entre os critérios para determinar quem será submetido a revistas extras
 
Zero Hora

Os Estados Unidos anunciaram a implementação de novos e mais rígidos critérios para identificar possíveis terroristas entre passageiros com destino aos aeroportos americanos. Até o fim deste mês, poderão ser submetidos a revistas mais rigorosas cidadãos de todas as nacionalidades que preencham determinado perfil. Os padrões são controversos, como aparência e religião. E devem gerar polêmica.

As medidas visam substituir um sistema colocado em vigor após a tentativa frustrada de atentado ocorrida em um voo comercial com destino a Detroit no último Natal. Desde então, passageiros de 14 países – quase todos de maioria muçulmana – são automaticamente considerados suspeitos e submetidos, antes de embarcar rumo aos EUA, a uma revista minuciosa e, em alguns aeroportos, a um scanner corporal.

A lista de países que despertam suspeitas inclui aliados dos EUA, como Arábia Saudita, Paquistão e Iraque, que vinham pressionando a Casa Branca a mudar regras vistas como discriminatórias. O governo americano admitiu que era ineficaz aplicar exames extras a passageiros apenas em função de seu passaporte e cidadania.

Nas próximas semanas, estará sujeito a controle minucioso qualquer cidadão cujo perfil corresponder a informações fornecidas previamente pelos serviços de inteligência às companhias aéreas e às autoridades aeroportuárias. Os critérios para que alguém seja considerado suspeito podem incluir faixa etária, países previamente visitados e traços físicos, entre outras características. Se os EUA souberem que grupos terroristas estão recrutando homens jovens que passaram algum tempo na Ásia e estiveram no Oriente Médio, por exemplo, os passageiros que tiverem esse perfil serão submetidos a revista.

Um alto funcionário do governo americano negou que o sistema seja norteado pelo perfil racial e étnico e alegou que cidadãos dos EUA também estarão sujeitos às mesmas regras. As medidas, sancionadas pelo presidente Barack Obama, serão aplicadas em todos os aeroportos onde houver voos com destino aos EUA. Nos lugares onde não há scanners corporais, como no Brasil, o controle será feito por meio de uma revista manual mais rigorosa na porta de entrada do avião.

O governo americano não tem o direito de aplicar controle de passageiros fora de suas fronteiras nacionais, mas companhias aéreas podem ser proibidas de voar para os EUA caso não aceitem se sujeitar às regras de segurança. As instruções para revistar passageiros se somam a uma lista de cerca de 6 mil nomes de pessoas proibidas de tirar visto para entrar no país ou de embarcar em voos para destinos americanos.

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