Brasil vai sediar Copa e Olimpíadas, mas PAC não detalha verba para o Galeão
Flávia Barbosa e Geralda Doca - O Globo
BRASÍLIA. O Brasil vai sediar, num espaço de dois anos, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. Mas a segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) destinou apenas R$ 3 bilhões para investimentos em 14 aeroportos a partir de 2011, 60% dos quais desembolsados pela Infraero.
Para se ter uma ideia de como o número é modesto, o projeto de construção de um terceiro terminal de passageiros no Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP), que dorme na gaveta do governo, está projetado em R$ 1,5 bilhão.
Na lista de projetos, apenas duas ampliações
No total, 14 aeroportos terão intervenções monitoradas pelo PAC-2. A maior parte delas está focada nos terminais de passageiros, seguida por pista, pátio e torre de controle. Só há dois projetos de ampliação analisados no programa divulgado ontem, nos terminais de Joinville (SC) e Santarém (PA).
Na apresentação do novo programa, a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, admitiu que havia ações emergenciais no planejamento de aeroportos e que será grande o desafio: Teremos os dois maiores eventos esportivos do planeta, quando nossa capacidade logística será testada no limite.
O presidente da Infraero, Murilo Barboza, destacou que ainda existem cerca de R$ 3 bilhões em obras nos aeroportos, previstas no PAC em andamento.
A secretária-executiva do programa, Miriam Belchior, que assumirá a coordenação do PAC no lugar de Dilma, explicou que os recursos de empreendimentos em execução entrarão nos restos a pagar, ou seja, serão incorporados às contas futuras.
Procurado para comentar se os investimentos previstos no PAC-2 são suficientes para preparar os aeroportos para os jogos da Copa e Olimpíadas, o Ministério da Defesa informou que o valor é o ponto de chegada, não é o ponto de partida.
Apontada como o possível grande diferencial do programa, a área de mobilidade urbana, também essencial aos eventos esportivos, teve apenas diretrizes reveladas. Foram reservados R$ 18 bilhões para a construção de metrôs, veículos leves sobre trilhos (VLT), BRTs (Bus Rapid Transport, semelhantes aos ônibus articulados de Curitiba) e corredores de ônibus.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, explicou que a lista de projetos sairá das negociações com os demais entes da federação, que ocorrerão entre abril e junho: Nós vamos negociar com cada prefeitura e governo estadual e vamos exigir que sejam regiões metropolitanas com pelo menos 3 milhões de habitantes, porque não há recurso para todo mundo.
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