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Por um novo aeroporto

Diário do Nordeste (CE)
 
A salutar ampliação do Aeroporto Internacional Pinto Martins, depois de dez anos de construído o terminal de passageiros, começa a provocar polêmica, diante das perspectivas de crescimento do principal aeródromo do Ceará e as dimensões previstas para seu crescimento. Falta ao debate um terceiro e providencial argumento: a necessidade da construção de um aeroporto moderno no entorno de Fortaleza, onde há disponibilidades de espaço físico e de condições seguras para embarque e desembarque.

Quando demarcou, na década de 30, as terras do antigo Alto da Balança, a 10 quilômetros da Praça do Ferreira, para instalar a Base Aérea de Fortaleza, o brigadeiro José Macedo jamais imaginou que, em poucas décadas, a unidade do Ministério da Aeronáutica, acrescida depois pelo Aeroporto Internacional, viesse a ocupar exatamente o centro geográfico da Capital. Hoje, quando se abre um mapa espacial do sítio urbano, essa posição estratégica está exposta, contrariando todas as recomendações técnicas da aviação civil.

O deslocamento do Aeroporto Internacional para as áreas de Aquiraz ou do Eusébio, situadas no raio de 20 quilômetros, deveria ter sido levado em conta, há uma década, quando o terminal de passageiros da Praça dos Vaqueiros se inviabilizou. O projeto de ampliação, executado com recursos do governo federal e contrapartida do Estado, alterou a estrutura interna da Base Aérea para a localização da nova estação de passageiros no lado oposto à antiga.

Antes do tempo previsto para a saturação das instalações aeroportuárias, elas já vêm dando sinais de incapacidade para acomodar os 4,2 milhões de passageiros, em trânsito, como ocorreu em 2009. Essa constatação levou a Infraero a encomendar o projeto do segundo terminal, ampliando sua capacidade em 35%, e de um edifício-garagem, com capacidade para receber dois mil veículos. O investimento de R$ 5,8 milhões, elevaria a capacidade de atendimento para 5,8 milhões de passageiros.

Para o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias(Snea) essa solução não atenderia à demanda de 6,4 milhões de passageiros, por dia, prevista para 2014, quando Fortaleza - se oferecer infraestrutura - será uma das 12 subsedes dos jogos da Copa do Mundo. Estudo patrocinado pelo Snea concluiu: a situação do terminal de Fortaleza só é menos grave que a dos Aeroportos de Brasília e de Porto Alegre.

Pelo estudo técnico, além da expansão do terminal, há necessidade de ampliação da pista de pouso e decolagem de 2.300 metros para 3.000 metros e de criação de áreas de estacionamento para as aeronaves. Por falta desses espaços, as aeronaves não podem pernoitar aqui, limitando o crescimento acentuado do transporte aéreo.

A solução definitiva desses problemas está na construção de um novo aeroporto, na Região Metropolitana, tecnicamente correto, sem poluir a cidade, nem oferecer risco de acidentes em áreas densamente povoadas e em condições de atender à crescente demanda de passageiros e de cargas.

Qualquer outra solução será apenas uma saída provisória.

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