Falha em frequências de rádio do Cindacta-1 na manhã de ontem durou 27 min; Aeronáutica ampliou para até 10 min intervalo entre decolagens
Bruno Tavares e Tânia Monteiro, BRASÍLIA - O Estado de S.Paulo
Uma pane nas frequências de rádio do centro de controle do tráfego aéreo de Brasília (Cindacta-1) provocou ontem a suspensão das decolagens nos aeroportos de Congonhas e Cumbica, em São Paulo, e Confins, em Minas, com destino à capital federal. A paralisação durou 27 minutos - das 11h15 às 11h42 . Não houve impacto significativo na malha aérea nacional, embora a falha só tenha sido completamente sanada após quatro horas. No início da tarde, segundo balanço do Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), as duas maiores companhias aéreas do País - TAM e Gol - contabilizavam apenas 6% e 8% de atrasos superiores a 30 minutos, respectivamente.
Ainda assim, passageiros enfrentaram transtornos para chegar a seus destinos. Para evitar que as rotas ficassem congestionadas, assim que notou a pane, a Aeronáutica determinou o chamado sequenciamento dos voos - intervalo maior que o habitual entre as decolagens . Nos aeroportos paulistas, o sequenciamento chegou a ser de dez minutos e gradativamente voltou ao normal. Alguns aviões tiveram de aguardar mais de uma hora e meia em solo até receber autorização para decolar.
"Seria possível até fazer um remanejamento das rotas, mas, como a pane foi resolvida em pouco tempo, não foi preciso."
Com a ajuda de técnicos cedidos pela Aeronáutica, a Embratel deu o problema como sanado por volta das 15 horas. Quinze minutos depois, todas as frequências haviam sido restabelecidas pelo centro de controle de voo de Brasília. À noite, os índices de atrasos estavam pouco acima da média nos principais aeroportos do País.
De acordo com balanço divulgado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), da zero hora às 20h de ontem, 158 dos 1.891 voos programados apresentavam atrasos superiores a 30 minutos. Entre os terminais mais movimentados, Cumbica, em Guarulhos, e Congonhas, na zona sul da capital, eram os que apresentaram os porcentuais mais elevados de atrasos - 14,7% e 10,8%, respectivamente.
Não é a primeira vez que a Aeronáutica tem problemas com os serviços de telecomunicações prestados pela Embratel. Em novembro de 2006, no auge da crise aérea, houve paralisação parcial do sistema de tráfego aéreo no País. Os problemas atingiram o centro de controle de voo de Curitiba (Cindacta-2), depois que uma forte chuva afetou a unidade e danificou a rede de fibras óticas. A pane gerou provocou atrasos e cancelamento de voos de todo o País por dois dias seguidos.
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