O acidente com o Airbus A320 da TAM, vôo JJ3054, tem monopolizado as discussões na imprensa e opinião pública brasileira desde as 19:00 Horas, do dia 17 Julho 2007. Em especial sobre as condições do aeroporto de Congonhas, sua localização e o comprimento da pista.

Muitos clamam, inclusive, pela total desativação do aeroporto visto a dificuldade de expandir a pista e criar as chamadas áreas de escape.

O problema de pistas com limites de extensão não é um problema só do Brasil. Em matéria do Wall Street Journal é mencionado, que há nos Estados Unidos mais de 300 pistas, com restrição de comprimento, em especial a limitação de áreas de escape (WSJ - 16 Agosto 2005).

Algumas tão críticas como a pista do National Airport (DCA), no centro de Washington DC., com 2.094 m.

EMAS

Para solucionar esse problema foi desenvolvido o sistema passivo de redução de velocidade chamado de Engineered Material Arresting System (EMAS), para atender uma solicitação da Federal Aviation Administration (FAA), nos anos 90. Projetado e desenvolvido pela empresa ESCO, em conjunto com a própria FAA. O sistema foi certificado pela FAA, em 1996 e a primeira instalação foi no Aeroporto Kennedy International (JFK), New York, em 1996.

Em um período de 10 anos, o sistema EMAS, instalado no aeroporto JFK entrou em operação por 3 vezes. Em Janeiro de 2005 aconteceu a terceira atuação do sistema. Um Boeing cargueiro B747-200F, da Polar Air Cargo, no dia 22 Janeiro de 2005, um dia de neve, pesando cerca de 280 toneladas, não conseguiu parar e ultrapassou os limites da pista. A foto do B747 da Polar Air Cargo dá a impressão que os danos foram extensos no Jumbo. O que realmente foi danificado e necessário trocar foram 9 pneus. E o avião retornou ao serviço em 11 dias.











Um resultado muito diferente do que ocorreu na mesma pista em 1984 com um DC10 da SAS.

Em Abril de 2007, 25 sistemas estavam instalados, em 19 aeroportos, nos Estados Unidos e China. E mais 17 sistemas, em 12 aeroportos, incluindo o de Barajas, Espanha, já estão contratados para instalação em 2007 e 2008.

O que é o EMAS ?

É um sistema customizado para atender às características operacionais do aeroporto: mix de aviões, espaço disponível para a instalação, comprimento da pista, etc.

Consiste de blocos modulares de concreto poroso que, quando submetido a esforço de peso na sua superfície, quebra-se, e aumenta a área de atrito sobre o trem de pouso principal. Assim aumenta em várias vezes a eficácia da frenagem, minimizando os danos ao avião e o risco aos passageiros .

A área de instalação requer um local plano e drenado, onde serão instalados os blocos modulares de concreto.

O EMAS pode ser projetado para parar aviões com até 40 nós ou com até 70 nós, dependendo do tipo de aeronave, do comprimento da pista e da área de escape.

Como reparar

A reparação do EMAS após sua utilização para parada de emergência de uma aeronave será somente a substituição dos blocos danificados. No acidente de 1999 com um DC-10 no Aeroporto Kennedy, a pista foi reaberta em poucas horas e a reparação total do sistema levou poucos dias, com substituição de 930 m2 de blocos.

O Tamanho da Pista x EMAS

A FAA exige que as pistas possuam 300 metros (1.000 pés) para área de escape. Com o EMAS, pela sua maior eficiência a FAA autoriza que tenha apenas 182 metros (600 pés).

Assim, o aeroporto ganha 128 metros de pista para as operações de decolagem e pouso caso seja colocado em uma só cabeceira ou 256 metros se instalados nas duas cabeceiras de pista.

Para aeroportos onde os metros de pista são escassos o ganho é precioso, assim como a margem de segurança que aumenta em muito.

A instalação do EMAS na cabeceira da pista dará ao piloto mais confiança para que ele realize um pouso seguro, mesmo em condições adversas.

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