Secretária do Ambiente alega que Infraero se mostrou interessada em negociar mudanças no Santos Dumont
Gustavo Goulart, Natanael Damasceno e Taís Mendes - O Globo
A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos, anunciou, ontem à tarde, que as restrições impostas à Infraero para a operação aeroviária do Aeroporto Santos Dumont estão suspensas até, no máximo, sexta-feira. Ela informou que, por orientação do ministro da Defesa, Nelson Jobim, o novo presidente da Infraero, Murilo Marques Barboza, agendou uma reunião na secretaria para discutir detalhes técnicos sobre as alterações determinadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). Entre elas estão a suspensão da Rota Dois, que passa sobre oito bairros da Zona Sul e do Centro, e dos voos entre 22h e 6h, sob multa de R$ 25 mil por infração.
— O presidente da Infraero, que está há pouco tempo no cargo (ele assumiu há 11 dias), se mostrou interessado em negociar.
A Infraero entendeu que não pode simplesmente afrontar as leis ambientais.
Achamos razoável aguardar a reunião com os órgãos técnicos — disse Marilene.
A secretária disse estar determinada a não voltar atrás na decisão do Inea, alegando que os voos afetam o bem-estar de mais de um milhão de pessoas. Segundo a secretária, a fiscalização continuará, mesmo sem a aplicação de multas, para que os fiscais saibam a frequência de voos que chegam e partem do aeroporto dentro do horário proibido.
Segundo Marilene Ramos, a Infraero opera o Aeroporto Santos Dumont com uma licença de operação assistida (expedida quando obras ainda estão em andamento) e só receberá o documento definitivo após o pagamento de R$ 250 mil de multa aplicada pelo Inea.
Anteontem à noite, quando a determinação entraria em vigor, fiscais do Inea estiveram no Santos Dumont e constataram que a Infraero não cumprira a determinação de cancelar os voos noturnos.
A empresa não foi multada.
Segundo Marilene, o presidente da empresa telefonara pedindo prazo de 24 horas para cumprir as determinações.
Ontem, a Infraero informou que, durante pelo menos 60 dias, as empresas TAM e Gol atuarão no Santos Dumont apenas com a ponte aérea Rio-São Paulo. Os outros voos (para nove cidades do país) serão transferidos para o Aeroporto Internacional Tom Jobim até o fim das obras de recapeamento da pista principal.
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