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Resultado operacional cai, e TAM eleva tarifas

Preços estão cerca de 10% maiores que os do 2º trimestre, mas valores ainda são menores que os de 2008

VERENA FORNETTI

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A queda no número de passageiros e a costumeira retração do tráfego aéreo de abril a junho prejudicaram os negócios da TAM no segundo trimestre deste ano. Com a recuperação da demanda nas viagens a negócios e a projeção de aumento no número de passageiros em razão do real forte, a companhia começou a elevar preços para reverter o desempenho.

"Agora, dado que existe demanda, vamos buscar qual nível de preço mantém um crescimento saudável", afirmou o vice-presidente de Finanças, Gestão e TI, Líbano Barroso.

No mercado doméstico, o incremento está em torno de 10% em relação ao preço cobrado no segundo trimestre. Ainda assim, segundo a TAM, estão cerca de 17% menores se comparados ao mesmo período de 2008.

Ontem, a empresa divulgou que a companhia aérea passou de um lucro operacional de R$ 142 milhões no segundo trimestre do ano passado para um prejuízo operacional de R$ 95,3 milhões no mesmo período deste ano -"o pior em muito tempo", disse Barroso.

O lucro ou prejuízo operacional é como são chamados os resultados no principal negócio da empresa. O número é apurado antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortizações.

A diminuição, em meio à crise econômica, do número de viagens a negócios, cujos passageiros representam 75% dos clientes da TAM, afetou o desempenho da companhia, a exemplo do efeito da gripe A (H1N1), que abalou operações para destinos como a Argentina. O resultado ruim também se deve ao efeito sazonal, pois os meses de abril a junho são os piores do ano para a aviação.

Mesmo com queda no resultado da operação, o lucro líquido (resultado após pagamento de impostos) foi recorde no período. O resultado é atribuído à desvalorização da moeda norte-americana: o real forte fez com que os custos totais da TAM, em dólares, ficassem 28% menores no período.

O lucro líquido no segundo trimestre foi de R$ 788,9 milhões, o maior da história da empresa. Em iguais meses do ano passado, o ganho havia sido de R$ 337 milhões.

A Gol, principal concorrente da TAM, teve lucro líquido de R$ 354 milhões no mesmo período, ante perda de R$ 166,5 milhões de abril a junho do ano passado. O presidente da TAM, David Barioni Neto, disse que a ampliação da participação no mercado da Gol em julho não é alarmante. "Nossa principal preocupação é a rentabilidade. O importante é o resultado consolidado no ano, e nós vamos continuar na liderança."

Preço dos voos

No primeiro semestre, os preços caíram 8,2% no mercado doméstico e 18%, em dólares, para voos internacionais. De acordo com a companhia, a tendência é que os preços dos voos nacionais, em dezembro, estejam cerca de 5% mais baixos em relação a 2008. Para as passagens internacionais, a expectativa é que eles subam.

"A queda de 18% [no preço dos voos internacionais] é grande. Agora é o momento de recuperar a margem", afirmou o presidente da companhia.

Barioni disse que, embora parte da demanda seja sensível ao nível de preço, as viagens a negócios crescem à medida que a economia do país se recupera.

Programa de fidelidade

No dia 18, entra no ar o site da TAM que permite que o cliente pague produtos vendidos nas lojas Americanas.com com bônus acumulados no programa de milhagem da empresa. A companhia aérea negocia agora com parceiros para ampliar o programa de troca de pontos por produtos e por serviços.

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